Friday, July 07, 2006
Pedro e Bia
Beatriz acordou de súbito, assustada. Medo de perder ônibus para o trabalho.A mão de Pedro lhe confortou:
- Amor, hoje é domingo.
Quando Beatriz era adolescente, odiava domingos. Dia tedioso, dizia. Aliás, MAIS UM dia tedioso. lembrava Djavan: "pra quem não tem para quem se dar, o dia é igual à noite..." Mas Beatriz - agora completa - amava os domingos. Dia de fazer coisas triviais. O prosaico, o banal, assusta aqueles que vivem perigosamnete, aqueles que sempre se apaixonam mas nunca amam. Ela não. Já tinha 25 anos e precisava deixar de ser incendiária e começar a ser bombeira. Jornal, café, passeio com Argus, o cachorro. depois que encontrou Pedro, perdeu a fixação por uma vida cheia de adrenalina. Percebeu na simplicidade a maior alegria. Entendeu que a calma é o caminho para a felicidade. E de onde vem a calma? Sua calma não vinha mais de potes e potes de sorvete de chocolate. Tinha conquistado a calma de saber que não há nada permanente - a não ser a mudança. Inevitável, mas não mais assustadora.
Sustos? Ainda os tinha...toda segunda-feira. Era o medo de perder o ônibus para o trabalho...
(04/05/2005)
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