Friday, July 07, 2006

Das definições II

Paraíso - ataque de riso, um risco bem feito no papel, um dia inteiro lendo e
namorando, um filme que você gostou tanto que nunca quer ver de novo, um som que
você nunca escutou, alcachofra, viajar com os amigos, comida da casa da mãe, não
precisar dormir muito, gente de bom-humor, ter alguém que te dê banho, o mar da
Grécia, grandes momentos de silêncio, um mundo sem passaporte, não precisar fazer
ginástica, poder falar que vc gosta de alguém, beijo gostoso, ambrosia,cachorro
espreguiçando (por Zeca Camargo).

Herrar - é umano.

Meu coração - um músculo involuntário que pulsa por você.

Problemas - sempre existiram...sempre existirão.

Dor - nesse nosso mundo onde tudo fenece, tudo perece, há uma coisa que se
deteriora, que se desfaz em pó, até de forma mais completa, deixando para trás
ainda menos traços de si do que a beleza: à saber, a dor.

Noite - tem dia que ela é foda.

Tempo - é apenas o ponto de vista do relógio.
- Passou. Dizem que é remédio para tudo. O tempo faz a gente esquecer. Há pessoas
que esquecem depressa. Outras apenas fingem que não se lembram mais.
Rebeldia - aos olhos de qualquer pessoa que tenha lido um pouco de história, é a
virtude original do ser humano.

Computador - é muito mais perfeito, inclusive sabe errar muito melhor.

Amor - é uma experiência conjunta entre duas pessoas (mas isso não significa que
é uma experiência parecida para as duas pessoas envolvidas). Existe o amante e o
amado, mas estes dois vêm de países diferentes(...) o valor e qualidade de
qualquer amor é definido só pelo amante. É por isso que muitos de nós preferem
amar do que ser amado. Quase todo mundo quer ser o amante(...)O amado teme e
odeia o amante, e com melhor das razões. Pois o amante está sempre tentando
desnudar quem se ama. O amante deseja qualquer possibilidade de relação com a
pessoa amada, mesmo que essa experiência possa lhe trazer apenas dor.
- venha...o amor tem sempre a porta aberta.
- cantiga do amor sem eira nem beira, vira o mundo de cabeça para baixo, suspende
as sais das mulheres, tira os óculos dos homens, o amor, seja como for, é o amor.
Meu bem, não chores, hoje te filme de Carlito! O amor bate na porta, o amor bate
na aorta, fui abrir e me constipei. Cardíaco e melancólico, o amor ronca na horta
entre pés de laranjeira, entre uvas meio verdes e desejos já maduros. Entre uvas
meio verdes, meu amor, não te atormentes. certos ácidos adoçam a boca murcha dos
velhos, e quando os dentes não mordem, e quando os braços não prendem, o amor faz
uma cócega, o amor desenha uma curva, propõe uma geometria. Amor é bicho
instruído. Olha: o amor pulou o muro. o amor subiu na árvore em tempo de se
estrepar. Pronto, o amor se estrepou. daqui estou vendo o sangue que escorre do
corpo andrógino. essa ferida, meu bem, às vezes não sara nunca, às vezes sara
amanhã. Daqui estou vendo o amor, desapontado, mas também vejo outras coisas:
vejo corpos, vejo almas, vejo beijos que se beijam, ouço mãos que se conversam e
que viajam sem mapa. Vejo muitas outras coisas, que não ouso compreender...

05/04/2004

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