Wednesday, July 26, 2006

Como a ti mesmo...

Nos relacionamentos passados, a menina sempre foi vencida.

Primeiro venceu a curiosidade de outros braços, mais doces, para seus abraços. Depois o amor fraternal venceu. Teve também a distância. A hesitação. A frieza. A imaturidade. A falta de vontade. E, enfim, o pó (o pó que ele usou, o pó em que ela se tornou).

E então.
E então a menina decidiu começar, ou ao menos tentar, se relacionar antes com ela, depois com os outros.
"E - ela pensou - se devemos realmente amar o próximo como a nós mesmos...como vou amar alguém se me trato assim, tão mal?"

Monday, July 24, 2006

O Quereres

(Caetano Veloso)

Onde queres revólver sou coqueiro, onde queres dinheiro sou paixão
Onde queres descanso sou desejo, e onde sou só desejo queres não
E onde não queres nada, nada falta, e onde voas bem alta eu sou o chão
E onde pisas no chão minha alma salta, e ganha liberdade na amplidão

Onde queres família sou maluco, e onde queres romântico, burguês
Onde queres Leblon sou Pernambuco, e onde queres eunuco, garanhão
E onde queres o sim e o não, talvez, onde vês eu não vislumbro razão
Onde queres o lobo eu sou o irmão, e onde queres cowboy eu sou chinês

Ah, bruta flor do querer, ah, bruta flor, bruta flor

Onde queres o ato eu sou o espírito, e onde queres ternura eu sou tesão
Onde queres o livre: decassílabo, e onde buscas o anjo eu sou mulher
Onde queres prazer sou o que dói, e onde queres tortura, mansidão
Onde queres o lar, revolução, e onde queres bandido eu sou o herói

Eu queria querer-te e amar o amor, construírmos dulcíssima prisão
E encontrar a mais justa adequação, tudo métrica e rima e nunca dor
Mas a vida é real e de viés, e vê só que cilada o amor me armou
E te quero e não queres como sou, não te quero e não queres como és

Onde queres comício, flipper vídeo, e onde queres romance, rock'n'roll
Onde queres a lua eu sou o sol, onde a pura natura, o inseticídeo
E onde queres mistério eu sou a luz, onde queres um canto, o mundo inteiro
Onde queres quaresma, fevereiro, e onde queres coqueiro eu sou obus

O quereres e o estares sempre a fim do que em mim é de mim tão desigual
Faz-me querer-te bem, querer-te mal, bem a ti, mal ao quereres assim
Infinitivamente pessoal, e eu querendo querer-te sem ter fim
E querendo te aprender o total do querer que há e do que não há em mim

Saturday, July 22, 2006

Porque amor e futebol não podem ser discutidos, mas podem ser comentados!

Futebol x Amor x Outra Vez
(por Zezones)

Lá vai outra vez o garoto tentar jogar bola. Anos Parado.
Não é tão novo assim, mas devido a sérias contusões resolveu se abster do vício.

No tempo em que ficou machucado em casa pensou muito. Começou a comer demais, ansioso comia um catatau de doces vendo os times jogando. Não tinha nehum favorito e sim vários clubes do peito. Ver o desenrolar do jogo já lhe bastava. Sentava e acompanhava, como um Falcão desses da vida, sendo critico e objetivo.

As vezes que entrou num campo foi só para reconhecer o gramado, dar uns chutes da marca do penalti e incrivelmente mesmo sem o goleiro era dificil acertar uma bola dentro das traves. As dores, ou "acidente de percurso" como os médicos falaram para ele, continuavam lá. Bastava um piquezinho para alcançar o onibus e o coração quase lhe saltava pela boca.

E hoje, depois de um churrasco dos amigos alguém gritou:- Jota! Dá para completar o time?
Já tinham chamado umas vezes e sempre ele mostrou as marcas da cirurgia. Eu, esse mero observador nunca tinha visto isso. Jota não pensou, tirou a camisa para jogar nos sem camisa, a barriguinha branca ficou a vista. A posição é de lateral direito. O juiz, que já conhecia sua história, fitou-o, perguntou se queria mesmo fazer aquilo, ele deu o sinal de positivo com a cabeça e a partida começou.

Vou embora antes de ver o garoto se machucar lá de novo.

Zé é; comentarista de futebol durante a copa.

Futebol x Amor x Outra Vez
(por Camila)

Eu nunca joguei futebol, só na escola.
E era um jogo estranho, uma menina e um menino juntos, de mãos dadas, como se fossem um único jogador.

Essa imagem ficou na minha cabeça.Eu e um amigo, o Leandro. E sabe? Eu jogava até bem, mas ele não me acompanhava.E isso acabou ficando pra vida, pros relacionamentos. Como se fosse um aviso-piada de Deus, falando que tantas vezes eu tentaria levar alguém comigo, e essa pessoa se perderia pelo caminho.

Taí. Minha carreira no futebol começou e parou nessa brincadeira descontraída da aula de Educação Física.

Camila é; apenas comentarista, de futebol e do amor, desde então.

Thursday, July 20, 2006

Impressões de Verão




(por Camila Pereira)

Casa de praia
Sol entrando pela janela
Cheiro de grama molhada

Vestir minhas filhas com seus maiôs coloridos
E ir para o sol escaldante lá de fora
As meninas dando gritinhos de felicidade

Pés na areia
Brisa batendo no rosto
Sorvete de milho verde

Bronzeador pra mim
Protetor para as meninas

Guarda-sol, cadeira e esteira
Piscina com água doce, baldinho e pazinha

Areia
Muita areia...

Meninos bonitos,
Meninas nem tanto

Tiazinhas e avós
Passando de um lado para outro
Numa caminhada eterna

Frescobol
Futebol
Cerol

Vendedores ambulantes
"olha o óculos, canga, camarão, aaaaaaalgodão doooooce!!!!"

Meio dia,
Porção de porquinho
Coca-cola
E caipirinha

Paro...penso...saudades.

Por um momento parei de pensar...
Abri os olhos

Mar, ondas...ainda estou na praia
com muito sol e minhas filhas brincando juntas
Lindas...felizes...puras...saudáveis

E aquela sensação de que a melhor parte da minha vida
Na verdade começou agora.

O vão que fazem suas mãos é só porque...

(você não está comigo)

Sabe quando você usa um anel dia e noite, e quando tira sente aflição, pressiona o local com a ponta dos dedos para suprir a falta?

Ou quando você finalmente tira o aparelho fixo que usou por uns cinco anos, e não pára de passar a língua nos dentes?

Ou quando está sem seus óculos, mas instintivamente você o ajusta ao nariz (em vão) com o dedo indicador?

Sabe essa estranheza, esse vazio, essa falta?
É o que eu sinto quando não tem o seu abraço.

Wednesday, July 19, 2006

Chega uma hora...

em que é chegada a hora.

Hora de dizer adeus, tchau, até a próxima. E se cuida.

Hora de cuidar de mim, antes de tentar, toda cambaleante, cuidar de você.

Hora de tirar a minha parcela - imaginada - de culpa.

Hora de descobrir que a responsabilidade com você não é minha, é sua.

Hora de dizer boa sorte.

E...eu já falei adeus? Então pronto.

Monday, July 17, 2006

Refazendo

RE(CONSTRUÇÃO)

Separando cada pedacinho de mim
Para depois misturar na panela-vida
Um retrato confuso,
Com lugares invertidos
(Nem tanto)

O coração na boca
Olhos sorrindo
Sinceros, finalmente
No peito, uma canção
(Quase uma oração)

Nos ouvidos
Lábios pedindo
Um pouco
De silêncio
(Só um pouco)

RE(LIGIÃO)

Minha religião sou eu
E a ligação que preciso
(Re)tomar é comigo mesma.

RE(FLEXÃO)

Um espelho refletindo alguém
Que não sou eu
E minha verdadeira imagem
No fundo dos meus olhos
Suplicante

Pedindo para essa outra
Ir embora...que é chegada
A hora

A hora da verdade
A hora de descobrir
Que preciso de tantas pessoas

(Mas antes eu preciso saber quem sou)

RE(GRESSÃO)

Voltar
Ao que não tem volta

Pensar
Naquele passado

Passar
Novamente pelo passado

E seguir
Carregando um tanto

(Daquilo que nunca, na verdade, passará)

RE(TRIBUIÇÃO)

Hora de dar à vida
O que ela sempre
Tentou me dar:VIDA

(Segundo o Aurélio, definição número 7: Força, vitalidade)

RE(ORGANIZAÇÃO)

Parar
Ponderar
Calar mais
Falar menos

(E decidir para onde vou)

RE(VELAÇÃO)

Perceber que
Quando sou o que sou
Não sou certa
Não sou errada
Mas sou muito melhor

(Me encontrar, e só depois...me doar)

RE(VOLUÇÃO)

Deixar mesmo
O certo para lá
Me deleitar
No duvidoso, no instintivo

(No que é só meu)

RE(SPIRAÇÃO)

Inspira
Expira
Toma impulso
E vai

(E então...eu vou)

Friday, July 14, 2006

Um mergulho em busca de ar

Uma vez Remo Bellini (sim, o do livro do Tony Bellotto) disse que ouvir blues num domingo ensolarado é estar a um passo de cometer suicídio. Pois ontem era sábado à noite. E eu ouvia Ella Fitzgerald no escuro, cantando "Everytime you say goodbye", do Cole Porter. Acho que neste caso já estou com um pé para fora da janela. E começo a achar providencial que a janela do meu quarto tenha rede de proteção, aquela feita para "crianças". Aliás, outro fato interessante.

(Janeiro de 2006, um domingo perdido no final do mês, cinco minutos antes de eu arrancar a rede de proteção da minha janela... e sentir o vento no rosto, um vento que me libertou de toda aquela tristeza, e fez com que eu voasse para dentro de mim, e não para fora da janela. E sabe?Fiquei feliz. Pelo menos temporariamente)

Conviver com a saudade não é esquecer



"Você não sabe a companhia que uma lembrança pode fazer" (frase de 'Depois Daquele Baile', e roubada do blog da Ná).





Seis anos sem conseguir dar esse sorriso, absolutamente feliz. E nem parece tanto? Para mim pareceu, cada segundo. Em dobro. Em câmera lenta. E um mundo muito, mas muito sem graça.

Wednesday, July 12, 2006

You shone like the sun


Shine on you crazy Diamond
(Roger Waters e David Gilmour)

Remember when you were young?
You shone like the sun.
Shine on you crazy diamond
Now there's a look in your eyes,
like black holes in the sky.
Shine on you crazy diamond
You were caught on the crossfire
of childhood and stardom,
blown on the steel breeze
Come on you target for faraway laughter,
come on you stranger,
you legend, you martyr,and shine!

You reached for the secret too soon,
you cried for the moon!
Shine on you crazy diamond
Threatened by shadows at night,
and exposed in the light
Shine on you crazy diamond
Well, you wore out your welcome
with random precision,
rode on the steel breeze
Come on you raver, you seer of visions
come on you painter, you piper, you prisoner
and shine!

Nobody knows where you are,
how near or how far
Shine on you crazy diamond
Pile on many more layers
and I'll be joining you there
Shine on you crazy diamond
And we'll bask in the shadow
of yesterday's triumph,
and sail on the steel breeze
Come on you boy child,
you winner and loser,
come on you miner
for truth and delusion,
and shine!

Sid, brilhando. Agora, definitivamente, em outro lugar.

Tuesday, July 11, 2006

É tão lindo...





A Júlia assistindo "O Pequeno Urso", na tv cultura; O João Pedro me chamando de "tichi Cá"; O Enzo no meu colo (e aquela mãozinha gorducha dele segurando meu rosto) ; a Tauane cantando trezentas vezes por dia "alooo, galera de caubói, alooo galera de peão"; o Dedé assistindo Scooby Doo (olha minha escova, é do icubi!); A Giulia (não é Julia, é Ggggggiiiiiiiiiiuuuuuuuuulia!)
(meus ex-alunos, foto 1)

A Catarina desfilando pro espelho (afilhada do meu irmão, foto 2)

A Gabizinha imitando artista de novela (filha da Camila, foto 3)


Saudaaaaades dos meus pequenos.

(e me preparando para receber o primeiro sobrinho)

Monday, July 10, 2006

Inversão de valores



E se ontem eu achava que para ser feliz, eu precisava ser amada...
Hoje eu sei que para ser amada, eu preciso ser feliz!!!!

Tempo de fazer amigos

Saturday, July 08, 2006

Estou tentando...

Tentando me livrar do vício em chocolate, em novela das oito, em viver no mundo da lua;

Tentandpo agir para fora, tocar na vida, como sugeriu Pessoa;

Tentando parar, de uma vez por todas, de tentar.

Friday, July 07, 2006

I want to be alone




















GRETA WANTS TO BE ALONE

Dois ímpares bem unidos

Porque todo mundo merece um par.
E eu sou a felizarda no meio dessa multidão, a menina alegre que mereceu - e ganhou - para sempre:
Um ímpar.

E quem é mais sentimental que eu, o Vi, e los barbudos?

E meu bom dia, amigo...é para comemorar todos os motivos que me fizeram ir àquele show, que escreveu a primeira linha do nosso destino. Não era uma banda qualquer, era gram. Também não era setembro, era agosto. E você nem é minha mulher...hum...era um conhecido que foi amigo, que foi par, e que agora é isso que sempre será: meu ímpar.
Tchâmo um tantão maior que nossos narigões.


(Só para não ficar sem pé nem cabeça, Los Hermanos explicam:)

Bom Dia
Los Hermanos

Bom diaOlha as flores que eu trouxe pra você, amor
São pra comemorar aquele dia
Que passei a viver do teu lado
Eu me lembro, entre nós não havia quase nada
E agora é só você que me faz cantar
E é só você que me faz cantar...

Havia mil motivos pra eu não estar naquele show
Mas o nosso destino foi escrito
Sob o som de uma banda qualquer
Eu me lembro, em setembro conheci minha mulher

E agora é só você que me faz cantar
E é só você que me faz cantar...

06/07/2006

Ruído de Comunicação

Nós estávamos em pé de guerra, é verdade.

Eu te insultei. Você riu.

Seu riso sórdido ganhou a guerra.

E eu lembrei:

falar o tempo todo não é necessariamente se comunicar.

26/06/2006

Discutindo sobre Futebol

- É possível alguém gostar de futebol de quatro em quatro anos?
- Para uma mulher, é perfeitamente normal.

Nãaaaaaaaaaaaaaaaaao Da Pieve, não Madureira.


Futebol para mim, sempre foi assim: de pequenininha
(a Mila pititica já foi menor, sim).
Futebol 365 dias por ano. Futebol quando o timão é eliminado da Libertadores pela milésima vez. Futebol até quando o Grêmio Tricolor Gaúcho está na segunda, terceira, décima divisão (e ele sempre volta, eu sei).
Futebol saudade, com meu pai explicando pacientemente cada regra. Futebol legado, com meu irmão assumindo a vaga, e ditando os favoritos. Futebol curioso, que vê jogo até do XV de Piracicaba (para lembrar do Maaaaax). Futebol amante, sentimento que já fez com que eu trocasse um jantar romântico por Corinthians X Real Madrid (um clásssico, vai, não foi tão grave assim).
Eu gosto da seleção, com favoritismo ou não. Essa estranha mania de ter fé na bola. Eu não gosto muito do Galvão, ele me irrita. Mas concordo: é mais garantido um grande time com jogadores medianos do que um time cheio de estrelas, mas desestruturado. Mas não tem erro: Dida defendeu, Cafú intermediou, Robinho pedalou, Ronaldinho brincou, Ronaldo acordou.
Se precisar ser de fora da área: chama o Juninho. Se precisar de gritos femininos: chama o Kaká.
Tá, seria perfeito se o Carlitos fosse brasileiro, o Nilmar estivesse lá e o Rogério Ceni voltasse para o timinho pó de arroz dele (pois goleiro atualmente é Dida e fim, apesar do Ronaldo do timão ser meu favorito, sempre. E também porque corintiano sempre é passional).
Mas deixa....nunca fui dada à perfeição.
Pronto, aí está. eu não queria me gabar, não senhor. Mas ganharia um vestibular futebolístico de muitos homens (Igor, querido, um dia te explico quem é o único cara que usa uma roupa diferente, corre pelo campo todo e nunca toca na bola), (Dani, amoreco, pára de torcer contra?).

Mas já que além de roxa e doente....além de brasileira com muito orgulho e com muito amor (mesmo que só no lance musical e esportivo). Além disso tudo (e é bom que tenham percebido...) sou mulher. E só para não fugir do paradigma: lá vou eu, escalar a seleção dos sonhos da mulherada. 'Bora conferir a seleção-colírio:

Brasil - Kaká, Juninho, Júlio Cesar
Portugal - Figo e Cristiano Ronaldo
Espanha - Rauuuuuul
França - Zidane carecudo e Thierry Henry
Inglaterra - Michael Owen e David Beckham (com ou sem calcinha)
Argentina (dá para voltar no tempo e escolher Batistuta, Caniggia, Redondo? Dáaaaa sim).
Itália e Austrália - junta os dois, acaba com os times e abre uma agência de modelos. Benza Deus.

27/06/2006

Acontece que...

Acontece que ela nunca bateu os olhos naqueles olhos que tanto a perturbam. Acontece que ela gostou da carinha boa dele desde a primeira foto que viu. E a cada nova fotografia fica tentando adivinhar as nuances de sua feição. Ela gosta das fotografias dele, não consegue escolher entre aquela de nariz de palhaço, ou a de mafioso, talvez seja aquela meio mofada, apesar de não ser assim, antiga. Acontece que a preferida é aquela que ele tirou ontem à noite, um rostinho assim, caído no travesseiro, que deu nela uma vontade de dormir, de sonhar. Acontece que ela está anotando em um caderninho todos os beijos que ele manda para ela, e pensando que vai cobrar com juros, correção, e quem sabe até roubar na conta. E se ele for cumprir a dívida, vai passar a vida toda pagando cada beijo (equilibrando entre uma bochecha e outra, e com intervalos para comer-dormir-ir ao banheiro, conforme combinado). Acontece que ela disse que é doida por "barbudos-narigudos-magrelos-cabeludos-altos" e só então ele percebeu que ele tem tudo o que ela gosta. Acontece que se ele pedir, ela tira (um por um) os pedacinhos de pimentão que por ventura caírem no prato de arroz-feijão-carne moída com batatas que ela preparou para ele. Acontece que ele prometeu uma camisa do XV para ela, sem saber que o melhor presente será sempre seu abraço. Acontece que ele usa uma correntinha o tempo todo, e a correntinha pendurada ao lado do coração dela, é ele. Acontece que ele nem mora tão longe, mas para a saudade de lembranças futuras dela, ele mora há uma vida inteira de distância.

30/06/2006

Cold as hell




















Ele disse que ela era fria como o inferno. Ela disse que o inferno era quente por definição. E que, aliás, ela ama frio. Ele sofre com o tempo frio e com o frio das almas. Ela não está nem aí. Depois de longa discussão travada sobre a temperatura do underworld, eles perceberam enfim. Não importa se o frio é no inferno ou no paraíso. E nem em qual deles ela está. O que vale dizer é que certamente ele e ela não estão nem no mesmo lugar, nem na mesma estação. E o frio do fim...chega na Terra, estremece terra e asfalto, e afasta, enfim, os amantes.

19/06/2006

Viva as diferenças

Não importa se é regionalismo, palavra que caiu em desuso ou gramaticalmente "inadequada". Eu AMO essas diferenças!!!!

Para o Xuxú, salsicha é "vina". Na terra da Taia brigadeiro é "negrinho". O Zezones diz que bolacha é biscoito (ou melhor, "bixcoito"). Minha vó sempre dizia para eu colocar o "pijame", a Patty nunca usa blusa de frio ou moletom, sempre coloca a "malha". Minha mãe quando fica de co-piloto no carro vive pedindo pra pisar no "desembraio" (e o carro morre antes que a pessoa entenda que "isso" é embreagem, ou caia no riso por causa da palavra idosa). A Camila não vê propaganda nem comercial, só assiste ao "reclame". A Silvita, minha segunda mãe, sempre que cortava o cabelo dizia "Você nem viu que eu aparei o breque!" (eu não sei se era breque, brack,ou black nunca entendi o propósito da palavra, e pra quê perguntar? Assim é mais legal!).
Obrigada, amigos, por encher meu dicionário mental de novas palavras!

Poema, poeminha vagabundo


(para Vinícius)

Teus versos me fazem

Sofrer
Soluçar
Sorrir
Sonhar

E levantam (sem pudores) a minha saia rodada.

Vinícius de Moraes, és tamanho, és grande...tanto que nasceste no plural

Samba para Vinícius
Toquinho - Chico Buarque

Poeta, meu poeta camarada
Poeta da pesada, Do pagode e do perdão
Perdoa essa canção improvisada Em tua inspiração
De todo o coração,
Da moça e do violão,
Do fundo
Poeta, meu poeta vagabundo
Quem dera todo mundo
Fosse assim feito você
Que a vida não gosta de esperar,
A vida é pra valer,
A vida é pra levar,
Vinícius, velho, saravá.

Poeta, poetinha vagabundo
Virado, viramundo,
Vira e mexe, paga e vê
Que a vida não gosta de esperar,
A vida é pra valer,
A vida é pra levar,
Vinícius, velho, saravá.

Reprovada

Ah, a menina.
Tem sempre essa menina nas histórias não-tão-maravilhosas de Mila (o peixe pequeno).
Dessa vez a Mila vai contar do dia da constatação triste que a menina fez, e anotou no diário com letras cuidadosamente arredondas e as canetinhas coloridas, como de costume (Talvez tentando esconder de alguém que achasse seu diário - oh, não! isso não! - e percebesse que aquele fosse um texto depressivo, comovente até, e inigualavelmente transformador em sua vida.
Então darei voz à menina que fala baixo !tão baixo!, apesar da voz grave, quase masculina
(e geralmente é ignorada mesmo assim).

"Minha vida é como justificativa para uma nota zero em Redação".

Tirou zero na prova da vida pois:
Não foi coerente. Suas idéias eram desconexas, vazias de sentido e sequência lógica. Inexistância de coesão. O enredo de sua história ficou carente de um clímax, e o final deixou muito a desejar. Suas palavras, sempre repletas de erros, e por muitas vezes incompreensíveis. Não apresentou distinção entre ficção e realidade. Parte do texto foi perceptivelmente plagiada. E o tema, enfadonho, cansativo, infeliz por fim.

STATUS: REPROVADA

Nota do Escritor: Está certo, a menina pode muito bem ter falhado em tudo na vida. Mas (e nisso nos diferimos tanto) por incompetência, nunca por omissão.

07/06/2006

Eu e o cara












Ontem aconteceu algo engraçado.
Porque eu fico deitada, antes de dormir (esperando o sono, que custa a chegar) imaginando coisas impossíveis, estapafúrdias, como encontrar com o Chico Buarque no meio da rua. Eu olharia para ele e POMBA! Era o Chico. O cara que todo homem quer ser, toda mulher quer ter, alguns homens querem ter também...
Eu desembestei. Falei tudo, do meu amor, da admiração, daqueles olhos verdes (acho até que cantei um bolero). De como eu gostaria que minha filha chamasse Beatriz, ou Bárbara, ou Cecília, ou Helena, ou qualquer outro nome - mesmo absurdo - que ele me falasse na hora.
Falei, falei, falei sem parar.
E então ele, com o dedo indicador, tocou meus lábios:
- Shhhh...agora EU quero te dizer algo.
Céus. Eu esperei a vida toda por isso. E, não sei se por medo de perder a mágica do momento...eu adormeci. Porra, eu dormi na hora em que o Chico Buarque iria me dizer algo, talvez fosse importante, vamos casar, a Marieta nem foi tão importante assim, vou desmarcar o futebol e ficar grudado em você!

Tsc Tsc...

Dormi na hora. No momento em que ele ia me dizer tudo, caí no sono.
E o pior: nem sonhei.

01/06/2006

E eu... o que faço com esses números?!?

0 - Número que pode ser confundido com a letra "O" maiúscula. É o ponto de partida, a estaca zero, e a chance de um recomeço. E redondo, tão redondo, que me faz andar em círculos! "I´m going round and round and round".

1 - Um, uno, unidade: completo, inteiro (como quero me sentir).

2 - O número ideal de pessoas numa mesma cama.

3 - Eu adoro este número.
Cheio de significado, lembra a tríade, santíssima trindade.
Pai, Filho, Espírito Santo. Sexo, drogas, Rock and Roll. Tom, Vinícius e Chico (um canta, outro transforma em poesia, e o outro é bom em tudo). Eu, você, o amor. Beatriz, Pedro e Bárbara (os filhos que vamos ter).
Três é o número de vezes que eu uso para intensificar algo que eu gosto
MUITO, MUITO MUITO!

4 - Os Beatles depois que o Stuart saiu.
Posição estratégica.
Número mínimo de pessoas para fazer swing (digamos que 4 é um número bem sexual).
Se você bebeu muito, terá problemas em fazê-lo com as pernas.

5 - Número de estrelas na camisa da seleção Brasileira (até agora!)

6 - A quantidade de cadeiras na mesa de jantar lá de casa (espero que um dia ela volte a ficar cheia de novo!)

7 - O meu andar (pode me chamar de bruxa do 71).
As chagas de Cristo. Os anos de azar que dizem que você terá se quebrar um espelho.

8 - Infinito, eterno, e meio difícil de fazer para quem não tem muita habilidade manual e coordenação motora fina minimamente desenvolvida.

9 - RRRRRRRRRonaldinho!

10- A nota que eu posso tirar em qualquer prova que não envolva números.

11- 1 + 1, quando não dá 2.

12- O número de anos pro whisky ficar no ponto.

13- Número de sorte do Zagallo, e o número de letras da frase: "Zagallo é chato".

14- Idade em que arrepio não é mais chamado de cócegas.

15- Idade da debutante que tem dois bolos (o de comer e o seu vestido bufante).

16- Idade da ex-virgem (é, eu falo por mim).

17- Quando aprendi a dirigir,

18- Quando desaprendi a dirigir.

19- Quando entrei (e saí) do Mackenzie. É verdade que entrei em quinto lugar, é verdade que gabaritei em química chutando tudo.

20- O número de páginas que dá pra ler de um livro chato.

21- Idade em que você TEORICAMENTE é dono da própria vida.

22- Dois patinhos na lagoa.

23- Grande avenida de Sampa, que pára sempre na pior hora (tá, ela pára tooooda hora).

24- Número do veado. Idade complicada para os rapazes (mais conhecida como 23b).

25- Quando fazemos 1/4 de século e nos sentimos um bagaço (é, eu falo por mim de novo).

26- Idade da menina que ama as palavras, e de repente, não mais que de repente, descobre os números.

02/06/2006

PARAÍSO É: (Parte I)

- Nando na voz da Cássia
- Comida de mãe
- Massagem nos pés
- Filme com a Meg Ryan
- Chocolate
- Dormir ao som de chuva
- Jogar serpentina
- Sentir o relevo da caneta no papel segundos depois de escrever uma carta
- Música Francesa
- Rir até perder o ar
- chorar até esquecer o porquê
- A balsa aportando em Ilhabela (e aquele ar quente que invade o nariz e o coração da gente)
- Abraço de namorado
- Ouvir Zeca Baleiro
- O sorriso do Ronaldinho Gaúcho
- Estourar plástico bolha
- Amor, depois comer, depois dormir (de conchinha)
- Mensagens que te deixam feliz
- Aquele livro que você queria ter escrito
- Sotaque
- Al Pacino dançando tango
- Alguém mexendo no seu cabelo até você dormir
- Um amigo palhaço imitando o "Away de Petrópolis"
- Seu irmão mais velho te acordando (uma pessoinha daquelas que não deixa ninguém acordar mau-humorado)

E era eu


Um dia o pai de um amigo viu uma menina na Praça da República, toda de preto e com o lápis de olho borrado de lágrimas.
Ele achou que pudesse ser eu.

Mas por que poderia ser eu?

Será que eu vou muito à galeria do rock?
Será que eu amo absurdamente preto?
Será que eu choro dia sim, dia também?

Tá, senhor Antônio Alves. Se queres saber, era eu sim.

09/05/2006

A morte invade o peito


Ela está morta.
Soluços na sala fria.
Os dedos de suas mãos se entrecruzam sobre o peito.
Lá debaixo ainda existe um diafragma.
Mas ele não funciona bem, não traz a perfeita respiração.
Ele também não funciona mal.
Se funcionasse mal, a atacaria um soluço.
Mas não.
Nem um soluço, nem isso ela pode ter.
Ela está morta.

Traduções

TRADUÇÕES - PARTE I
(por Maurício Souza e Clayton Erik)
Traduções de línguas
Idiomas e libras
Traduções de sentimentos
Emoções da vida

Ações trazidas
Ás margens
Não percebidas
Essência reconhecida

Uma luz na esquina
No escuro de um dia

TRADUÇÕES - PARTE II
(por Camila Elias)

Eu não consigo traduzir o que sinto em palavras, quando todos esperam que eu o faça.
Mesmo quando o que eu sinto seja bom - extremamente bom - a respeito destas pessoas.
Eu não sei traduzir o mundo ao meu redor, talvez seja por ter quase cinco graus de miopia.
Para decifrar acontecimentos e intenções, algumas vezes preciso de óculos.
Outras de um tapa na cara.
E ainda assim sou incapaz de perceber alguém que esteja ao meu lado,
apenas sugando, sem dividir.
(e nesse caso, não falo das ótimas companhias que sugeriram este tema numa mesa de bar, entre uma e outra música interessante que cantarolamos desafinados).
Pois é...sou uma tradutora de línguas.
Mas não consigo, não sei, sou incapaz.
De traduzir coisas essenciais, separar as boas intenções das más.
Ainda assim, me orgulho de algo:
meus olhos brilhando e meu sorriso sorrindo,
meus olhos sorrindo e meu sorriso brilhando.
Eles são os melhores tradutores que meu coração poderia ter.

Janeiro de 2005

Rei Salomão e a tocadora de Lira

E então eu era o Rei Salomão em tempos remotos.
Eu possuía 700 esposas e 300 concubinas (mesmo sendo homem - e há anos e anos - eu sempre tive muito entusiasmo).
Estava em uma das minhas frequentes caminhadas matinais quando a avistei.
Ela tocava lira no palácio e se chamava Clementine. Conversamos por um tempo, ela era um tipo incomum, nem bonita nem feia. E um nariz "imponente" (para não dizer que tinha um narigão). E eu me apaixonei perdidamente. Nos encontrávamos todos os dias, na mesma hora. E conversávamos até o cantar dos passarinhos nos avisar que já era manhã. Ela era ainda uma menina, bem mais nova que eu (sim, naquela época eu também aparentava ser mais jovem).
Certo dia - lembro bem que estava chovendo, e os pingos abençoavam sua face - ela recostou-se no meu peito. E nos beijamos. Um beijo doce, calmo (embora eu a desejasse tão loucamente). Dos beijos passamos a intimidades maiores. E aconteceu de uma noite levá-la aos meus aposentos. Foi um noite (quase) inocente, mas tocante. Era a primeira vez que ela dormia nos braços de alguém. E embora eu tivesse 1.000 mulheres - literalmente minhas - só conseguia dizer: "Clementine...minha pequena Clementine". Aquela parecia ser a primeira vez que realmente me entregara a alguém.
Mas então ela deu de conhecer outros reinos, viajar o mundo. Nova que era, tinha muito o que viver. E eu segui com minhas 1000 mulheres, além dos casos eventuais. Porém nenhuma delas tinha seu gosto, nem dormia docemente ao meu lado (bem da verdade, eram umas trintonas àvidas por sexo selvagem com o rei).
E foi nesse momento que descobri que nem em três mil anos eu esqueceria aquela noite, nem mesmo se houvesse uma estúpida máquina de apagar lembranças.

Os três mil anos se passaram. E finalmente, o conto de fadas vem a público
(um respeitável - e diminuto - público pagão).

***Qualquer semelhança não é mera coincidência...absurdamente inspirada por: A mulher que escreveu a Bíblia (Moacyr Scliar), Brilho eterno de uma mente sem lembranças, e pelo dia 15/01/2005 (um filme lindo, um dia inesquecível, um amigo ímpar).

Voltando do Trabalho


(no ônibus)


MOTORISTA - tiozinho mau-humorado que vez por outra se distrai (certamente pensando na comidinha da patroa) e não pára no ponto solicitado.
COBRADOR - um menino ainda, ou ele está ouvindo seu discman, ou dormindo (eu prefiro quando ele ouve música, pois quando ele está cochilando eu preciso dar um cutucão para ele cobrar a passagem).
O CASAL DE VELHINHOS - muito bonitinhos, ela usando uma tiara preta que é ressaltada pelos fios de cabelo acinzentados. Ele usa um aparelho para surdez no ouvido esquerdo. Sempre falam sobre assuntos agradáveis e em tom ameno. Menos quando ele reclama dos legumes sem gosto feitos pela empregada.
A MENINA DE BRINCOS ENORMES - um tanto quanto exagerada, na última sexta-feira ela usava um par cor de marfim que lembravam uma óstia. Bem, uma óstia bem servida por algum padre guloso.
O CARA E SUA FILHINHA - ele usa um piercing no alto da orelha. Ela usa os cachinhos bem arrumados e a roupinha impecável. Certamente é a mãe quem a veste.
A MENINA QUE VAI PARA A FACULDADE - sei disso porque ela sempre desce no ponto em frente ao Campus, cheia de cadernos. Ela é bonita, mas não sabe disso. Uma beleza singela, com seus cabelos castanhos colocados sutilmente atrás das orelhas, seu olhar baixo e sua vontade (em vão) de passar sem ser notada.
A MOÇA QUE ESQUECEU DE CRESCER - já é bem adulta, mas vive usando a bolsa das meninas super-poderosas e roupas ultra-coloridas. Não que eu não use roupas coloridas...por sinal, eu ainda não cresci também.
A MÃE E AS DUAS CRIANÇAS - uma é de colo, e o menininho é uma graça, sempre de terno, parece um homenzinho. Mas de vez em quando fico com dó, afinal ele é apenas uma criança...e ele bem sabe disso (sua mochila do Digimon não nega).
A GURIA QUE RI - um ser estranho, chega a ser engraçado. Ri de tudo. Sorri quando vê seu reflexo no vidro. E suspira quando lembra do seu amor. Repara em todos, atentamente, sem falar com ninguém. Está em todas as minhas viagens. Coincidência? Não. A guria que ri sou eu.

Outubro de 2005

Um novo verso

Éramos duas pedras brutas.
Ainda somos.
A diferença é qe eu imaginava que um fosse ajudar a "polir" o outro, até virarmos duas pedras preciosas, juntas para sempre.Mas ele não. Ele vai andar por aí, se "lascando" pelos cantos, ou achar alguém que o faça por ele. E sua escolha acabou tendo que ser a minha.
O difícil não é perdoar. O duro é a falta que sinto do que éramos nós, mesmo daquele jeito imperfeito.
O difícil é entender porque o "nós" foi aniquilado de repente.
Mas tudo bem.
Você corta o meu verso... eu faço outro, mais bonito ainda.

Stop the world

Parem já esse trem. Quero descer.
Descer a serra. Deixar as luzes pra trás.
As luzes da discórdia, da vingança e da ambição.
As luzes da cidade que nunca dorme.
Quero pés na areia, ou na grama.
Pés nús: descalços.
Quero almoçar salada de palmito bem fresquinha com macarrão na manteiga, fazer a siesta, acordar e ir até a rede, balançar um pouco ouvindo Janis Joplin.
Tocar violão vendo o sol se pôr.
Esquecer o relógio, os remédios, as convenções, o salto, o pudor.
Quero férias de todos, quero férias de mim mesma e minha versão urbana.
Quero descuidar, tomar gelado e andar na chuva.
Quero mergulhar, mesmo que seja com uma das mãos tampando o nariz.
Quero passar o dia de biquini, de shorts, de roupa larguinha.
Quero vento de fim de tarde.
Quero perder a noção da hora e esquecer de dar corda no despertador, antes de ser obrigada a jogá-lo pela janela.
Quero esquecer que existem sapatos apertados, bolsas pesadas com tudo dentro, quero esquecer até das minhas meias coloridas.
Quero esquecer do computador, do horário de trabalho, do momento em que é preciso parar de viver e começar a ser máquina de novo.
Quero esquecer que na noite passada dormi chorando e implorando para que esse dia chegasse.

25/11/2005

Não gosto. Gosto. É, eu gosto.

Não gosto

De mau-humor
De racismo, homofobia, xenofobia
De frutos do mar
De pentear o cabelo
De acordar cedo
De cheiro de saco de lixo
De subir ladeira a pé
De celular apitando por falta de bateria
Das minhas pernas
De repressão sexual
De opressores
De bom gosto, bom senso, bons modos

Gosto

De pessoas engraçadas
De antropofagia musical e cultural
De ir a shows
De filmes – e seres – nonsense
De conversas filosóficas
De cheiro de grama depois da chuva
De massa
De leite condensado com Nescau
De abraço demorado
De apelidos carinhosos
De escrever, estudar, ler
Do amor incondicional de mãe
De Ilhabela
De existencialismo, surrealismo e ultra-romantismo
De falar palavrão
De dizer “eu te amo”

18/11/2005

Boa noite, amor

Te olho
Te abraço
Te beijo
Te aperto
Te contenho
Te absorvo
Te olho de novo
Te lembro o quanto te amo
Te digo boa noite
E durmo.

07/11/2005

Sobre o sono dos amantes

Ele fica agitado se ela o encara por muito tempo. É sempre assim. Então ela espera o momento certo. Sabiam que o momento certo sempre chega? Ele (o momento) costuma chegar de sexta-feira à noite.
Os dois se encontram, acontecem tantas coisas. Mas eles sabem que, mesmo adorando as banalidades, estão esperando a hora chegar. A hora dos corpos entrelaçados. A hora da respiração ofegante. A hora desmedida.
Depois da hora desmedida, ela já sabe: ele cai no sono. É apenas um breve cochilo, mas é talvez a única vez no dia em que ele dorme pesado. Quase que se desliga do mundo.
Pronto. Agora é o momento. O momento em que ela pode fazer algo tranquilamente, sem censura, sem levar travesseirada na cara ou ouvir "pára que eu estou sem graça".
A menina aproveita o momento singelo e...olha para ele. Fixamente. Como ele nunca permitiria - se soubesse. Ela olha, e pode dizer sem ser repreendida: Deus, ele é lindo. Ele é tudo o que eu jamais poderia imaginar em ter. E vamos nos casar.
Aí ela ri baixinho, como se fosse uma criança que aprontou alguma traquinagem. Sacia-se de olhar para ele, fecha os olhos e enfim, dorme. Dorme com ele, sonha com ele. E o melhor...acorda com ele.

27/10/2005

Meu peito sangra amor

Amor quente, espesso
Consistente, vermelho.
E quando eu vou dizer:

- AMOR...

Respiro fundo e lembro
De quando você me disse
Que eu era exagerada.
Aí fico quieta, te olhando.
E nessas horas sempre te deixo incomodado.
Por cinco minutos ficamos na guerra do:
- Que foi?!?
- Nada...
Mas cinco minutos te olhando nos olhos
são mais do que suficiente.
E então eu respondo
pela última vez à sua pergunta:
- Que foi?!?
- AMOR!!!

ELE

Ele vai votar não, e eu sim.

Ele tem quatro tatuagens, eu só tenho uma.

Ele tem o corpo mais lindo desse mundo e eu adoro ficar admirando.

Ele não consegue ficar parado, e eu acordo às duas da tarde (e peço mais).

Ele não tem medo de nada, e eu morro de medo de perdê-lo.

Ele não quer saber se teremos ou não outras vidas e eu só quero que, se tivermos, as passemos juntos.

Ele não lembra dos sonhos, e eu sempre sonho com ele me sussurrando verdades.

Ele acredita na medicina, eu acredito em nós.

Ele me imobiliza com seus braços e eu com meu olhar.

14/10/2005

Eu tento, sim

Eu bem que tento

Prender o grito de "eu te amo"

Mas então você me pede um beijo...

E a frase gritada escapole por entre os dentes

E chega até você em forma de respiração, língua e saliva.

15/10/2005

A menina disse que não está apaixonada...

Olhem só os olhos dela que brilham mais que farol em alto-mar
Olhem só o desespero dela conferindo se o telefone velho não está com mal contato
(às vezes é por isso que ele custa a ligar)
Olhem só as lágrimas no cantinho do olho depois de ouvir algo incrivelmente doce
Olhem só o sorriso constante mesmo em dia de chuva, no ônibus lotado
Olhem só a paciência até quando está atrasada para o trabalho
Olhem só a coragem em assumir qualquer bobagem que para ela seja verdade absoluta
Olhem só a mão cobrindo a boca que diz:
- falei demais, me expus demais!
Olhem só como ela se recusa em olhar para outros caras que passam do seu lado
(ela se pergunta: passam?)
Olhem só ela se jogando de cabeça
Olhem só ela escrevendo textos tão sentimentais
Olhem só...não, não olhem mais. Existem coisas que vocês não conseguem enxergar, só ele.

03/10/2005

Camila e a rua

(Daniel Pereira)

Ela fala sozinha. Ela flutua pela rua. Ela ri sozinha, tem trejeitos harmônicos... Ela brinca pela rua, ela e aquele olhar perfeito. Ela e aquele telefone velho... E suas ligações importantes... Ela ... (/a bateria não dura nada Dan/) ... e a rua... Ela e sua calça preta. Parece criança em dia de domingo. Ela desfila pela minha rua... Ela e aquela timidez que eu não entendo, joga o cabelo... Olha para baixo... Ela venta pela rua... Ela acaricia minha imaginação impunemente... Que vergonha, não?!!! Ela é a personificação do desejo, pela rua... E segue... Ela pára um pouco. Pega uma fila. Sorri. Ela espera o mundo diante da rua. Ela continua, ela e a minha rua... Ela ainda vai ser presa, mesmo sem saber por que. Ela, na rua. É única.

07/10/2005

Vamos

(Daniel Pereira)

Hoje, e quando
Hoje é, quando?

Passo planos
Passos planos

Calor de chuva que brota do chão
Calo a chuva, pé descalço no chão

Sementes frescas de alucinação
Se mente, tuas frestas te entregam, então...

Faço, construo, vasculho e busco.
Traço, estudo, escolho, mas duvido... Você sabe como eu sou...

E fica assim no ar, pedindo resolução.

O rio tem que enfrentar seu curso
E quando bater o desespero
olhar para frente...e, assim,

M
E
R
G
U
L
H
A
R

Simplesmente

Ir.

27/09/2005

Um belo dia...

O cavaleiro errante achou uma princesa.
E tirou enfim a armadura que a cobria de jogos de sedução.
Ela pôde pela primeira vez ser ela mesma, cheia de esquisitices.
E ele pôde pela primeira vez ter um lar - deitado em seu peito.
Mas...a princesa de fato não tem nada de realeza.
O cavaleiro errante...não tem cavalo branco.
Por quê?
Porque eles desistiram do conto de fadas.
E preferiram viver uma história de verdade.

29/09/2005

Ele não quer

Não.
Ele não quer caras e bocas.
Ele não quer um corpo malhado.
Ele não quer calcinha preta e rendada.
Ele não quer sapatos altos.
Ele não quer sedução.
Ele não quer a fugacidade de uma paixão.
Ele não quer contos de fadas.
Ele quer...
Ele me quer. Assim como sou.
E ele me diz
"Você não tem defeitos, tem características.
E eu gosto delas".

30/09/2005

Eu não sou bailarina


Eu não sou bailarina
Mas, me pediu um abraço,
Lá estou eu: Na ponta dos pés.
Eu não sou bailarina
Mas, quando deixas,
danço pelo teu corpo (e sussurro poesias).
Eu não sou bailarina
Mas meu corpo é de mulher;
E meus sonhos...de menina.
Eu não sou bailarina
Mas meu lápis fica hábil
Quando me ponho a te escrever
Palavras singelas - e de galanteria.

20/09/2005

EU

Tenho olhos castanhos que ficam esverdeados quando eu choro. Tenho o nariz do meu pai e o sorriso da minha mãe. Eu escrevo à mão. Tenho um dente torto por falta de espaço na boca. Eu gosto de vermelho sangue. E já traí um namorado. Já usei RG falso e tentei ser alguém que não sou. Mas meus olhos castanhos ainda ficam esverdeados quando eu choro. Eu quase nunca fico doente, mas tomo remédios constantemente. Eu não gosto do meu dente torto. E talvez um dia eu deixe de gostar da cor vermelha intensa como sangue e o sangue pare de corres nas minhas veias. Eu estou sempre rindo, principalmente quando estou desesperada. Eu gosto dos meus cílios e dos meus seios. Eu choro facilmente e me ponho no lugar do outro, mas na maioria das vezes sou bem egoísta. Eu não gosto de dietas. Nem elas de mim. Eu repeti o primeiro colegial. Mas ainda sorrio e meu sangue ainda corre nas veias (por pura falta de opção). Algum dia terei seios caídos e provavelmente não mais os olharei orgulhosa diante do espelho. As mãos pequenas herdei da minha avó materna e os traços árabes da avó paterna. Eu sonho que sou uma camponesa de vestido branco de algodão macio com uma coroa de flores do campo nos cabelos. Eu não escovo meus cabelos. Eu escovo os dentes menos do que deveria. Talvez um dia isso mude, mas continuarei tendo mãos pequenas e cara de dançarina do ventre. Quando for mais velha, tão velha a ponto de saber ser jovem...me darei uma coroa de flores, colocarei-a no cabelo de fios brancos e sentarei ao pé de uma mangueira só para sentir o cheiro inebriante das frutas já maduras me rodeando pelo chão. E fim.

Inspirada pela Jewel (Please, be careful with me...I´m sensitive and I like to stay that way...) 15/09/2005

Casulo


Justo quando a lagarta achou que o mundo tinha acabado...ela virou uma borboleta!

Mila otimista???

Borboletas continuam me fascinando: tão frágeis, mas voam, coisa que eu nunca farei...
Se a vida dela nos ares acaba assim, de repente, que ela fique eternizada como tatuagem no meu corpo...

01/09/2005

A lua ama...

A lua ama o sol em segredo.
O sol é bom porque aquece.
Mas, como tudo tem dois lados,
o sol é ruim,
queima, nos deixa vermelho.

O vermelho também tem dois lados.
É a cor do amor,
mas é também a cor do sangue.
Sangue doído
e escorrendo.

A lua, escondida,
usa vermelho.
Pois a lua ama,
e a lua sangra.

Eu uso vermelho.
Eu amo.
Eu sangro.
Eu sou a lua.

Seu olhar...

Tudo parecia perfeito. Som do bom, pessoas alegres e bonitas. E minha melancolia pedindo você. meu abraço pedindo o seu, minha alegria esperando o seu olhar para estampar um sorriso no meu rosto. Saudade daquele seu olhar, que era meu...ou é?
Ps: Seu olhar melhora, seu olhar melhora o meu!

16/08/2005

Diálogo de quem se deseja

ELE: Todo dia é dia, e como o sol está para lua...quero ficar louco enquanto você fica nua!

ELA: A coisa que mais gosto em mim...é você!

(Já que, quando me definiram em uma palavra, a escolhida foi SAFADA!)

Andei me perguntando...

Há algo mais traíra do que a intimidade?

Camila - a menina que adora abraçar - levantando a bandeira da distância saudável quando necessária.

Desmedido

Ter um amor
grande grande grande
tamanho dum elefante.
Ir ao zoológico com ele...

11/08/2005

O que separa os loucos de lá dos de cá?

Loucos.
Estou cercada de loucos, eles estão por toda a parte.
Uns falam sobre futebol (e riem),
outros falam sobre Nietzsche (e riem de Deus).
Uns se mostram
e alguns - como eu - se escondem.
Se escondem do dia, se escondem da vida.
O medo de ser feliz também é um sentimento recorrente em vocês?
Para mim é algo que se repete e repete e repete que nem o cd do Gram no meu cd player.
Repete que nem disco riscado na vitrola.
E se eu tivesse uma agulha ao menos...
talvez eu acabasse logo com tudo isso.
Quando a gente dorme não tem medo de ser feliz, sabiam?
O dia em que souberem pode ser que parem de me chamar de preguiçosa
(ou ouçam o mestre Machado: "dormir é um modo interino de morrer")

Loucos como eu usam roupas desconexas: sapato vermelho, calça xadrez e moletom do avesso (é, aquele moletom que eu tive que dormir na noite passada, pois faltou teu abraço para aquecer).
Loucos como eu sentam na escadaria imunda da PUC, perto do CA Clarice Lispector(o CA de Letras, claro) sem medo de sujar a roupa nova (loucos como eu não costumam ter roupa nova).

OPS...agora preciso ir ao banheiro. Grudou chiclete na minha calça xadrez.

PS:Loucos como eu são chamados de 'nerds' e são motivo de chacota para os outros.
Loucos como eu são aqueles que realmente se intitulam loucos.
Os outros, os de acordo com a sociedade, também são loucos.
Mas são loucos velados...shhhhhh...
Eles não podem saber disso.
Se soubessem, provavelmente enlouqueceriam.

O que não aprendi nos livros:

- A faculdade me ensinou a ensinar.
- O Humberto me ensinou um mundo de idéias, me ensinou a perder o medo de escuro (pois quando crescemos os medos são outros, infelizmente bem maiores)
- O Gil me ensinou a odiar gente estúpida, gente hipócrita.
- O Chico me ensinou que ser homem ou mulher é um mero detalhe.
- O Herbert me ensinou que o amor não sabe esperar.
- A Taia me ensinou a amar gérberas laranjas, flores amarelas pelo chão. E acreditar que o amor pode aparecer inesperadamente, pela pessoa que está na sua frente na fila do algodão-doce. Me ensinou que na arte de escrever sou apenas uma amadora. Ela é a verdadeira escritora.
- O Dante me ensinou a gostar sem ver, ensinou que sou impulsiva demais e que por isso dou altas mancadas. Que as pessoas podem sim me detestar, e que o tempo finge cicatrizar.
- A Cata me ensinou a ser generosa, a humanizar os animais, a saber que os humanos são os seres animalizados. Me ensinou a ser porta-voz, a ter saudade e a acreditar com todas as forças que o melhor está por vir.
- O Victor me ensinou o que é ser prudente (mas mesmo assim eu continuo sendo o oposto). Me ensinou que não há hora melhor para desabafar do que agora. Que a vida não é feita apenas de SIM. Ou melhor, que o SIM às vezes vem fantasiado de uma forma que não se espera, mas que talvez se precise.
- A Carol me ensinou a racionalizar, a fazer brigadeiro bom, a não ter medo de dizer o que pensa e a ser uma frequente usuária da Avon.
- A solidão me ensinou o quanto eu sou pequena diante do mundo. E que continuarei sendo assim até quando eu continuar a acreditar nisso.
- O reencontro me ensinou que a vida nos dá uma segunda chance de sermos felizes.
- O Guilherme me ensinou a sonhar, a fazer planos, a aceitar o passado que deixou uma marquinha para sempre. Me ensinou que você não precisa ser a primeira, se você for a última mulher da vida do seu amor. Que 93.5 km não são impecilho para nós. E que eu tenho coragem sim de enfrentar a estrada sozinha se for ele quem estiver me esperando lá no ponto final do ônibus. Me ensinou a amar. E essa lição eu não vou esquecer nunca.

Mas acontece que eu sou triste...

Eu estou feliz. Bah, eu tô imensamente feliz.
Só tem um problema: o mundo não gosta de gente feliz. Não que a felicidade seja proibida, que o riso escancarado seja vetado. Mas ser feliz geralmente é imoral. É irritante para quem vê de fora. É quase que ilegal de tão bom. É a hora em que o bom – em exagero – torna-se maravilhoso. Felicidade traz nuvens aos pés e, dependendo do caso, um filho à barriga da moça.
Dá para falar tanta coisa da minha felicidade, vangloriar-me do amor que sinto. Mas não, ofereci-me a um desafio...

Ficar triste. É, isso mesmo, triste. Porque a tristeza vende mais, a desgraça emociona, a tal chama que nos torna miseráveis...nos queima e ao mesmo tempo os aquece (acenda fogueira para Freud Flinstone!)

Preparei a munição: Blues, Boleros, Lupicínio, Elis, Bethania, Cazuza...

Ave Caju!!! Me dizendo que “a tristeza é uma maneira da gente se salvar depois”. É sim. A tristeza expurga. Dói, arde, coça, forma casquinha. Quando a gente forma casquinha é assim: parece que tá doendo um montão, mas na verdade estamos só aprendendo a ser menos sensíveis à dor. E então, a próxima dor terá que se esforçar o dobro para nos ver chorar. É assim que funciona. E eu tenho que, acanhada, declarar...” Quanto mais triste mais bonito soa”...parece letra de forró (na verdade é letra de forró), mas lembra bem algo que poderia ter sido dito pelo Vinícius de Moraes...

Ave Poetinha!!! Este sabia o quanto a dor rendia. Rendeu-lhe melodiosos sonetos (e rendeu-lhe também um bando de mulheres suspirando, apaixonadas) Porque não basta doer, tem que cantar...então eu canto!! Que cantar é a minha maneira de sentir dor. Aí eu deixo meu coração em êxtase pra lá (pois, o coitado, se fosse escolher trilha sonora talvez cantasse todo alegrinho: Chiiiii Cleeee Teeeee...Oba!Oba!).
Enfim..coração em êxtase deixado de lado, eu me dou o direito de sofrer pelos outros, sofrer pelo mundo, sofrer de tão feliz que dá medo...enfim, sofrer!
E assim estarei salva!

02/08/2005

Das dualidades do amor

O momento em que é dita aquela frase que muda tudo...

É intenso, é gostoso, é assustador.
É quente e frio.
Queima e gela.
Dá medo, arrepio e calafrio.
Vontade de chorar e de rir
De morrer agora e de viver para sempre.
De gritar pela mãe e mandar todos às favas.
De sonhar acordado e dormir agarrado.
A gente fica de um jeitinho assim que parece louco.
Que diz coisas – aparentemente – sem nexo:
Pede para fechar a luz e apagar a porta.
Pede carinho.
E se ele for na barriga...é bom demais.
Nesse momento aceita-se tudo
(até mexer no seu cabelo, o que era até então proibido, é perdoável).

Uma luz no breu
Podia ser o farol alto de um carro inconveniente no retrovisor;
Podia ser o sol avisando que, bah, já são 6 da manhã.
Mas não...era o amor.
Simplesmente o amor.
Uma luz que não produz sombra.

Um fim de semana em outro mundo pode ser a salvação

- Sábado
Estrada
Espera
Encontro.
Casa, pai, fotos
Pizza, Anna, Ariel
Shopping, carro, eu te amo
Dama, amigos, shows
Ciúmes, histórias, beijos
Carro, beijos, beijos.
Despedida
Estrada
Sonho.
Domingo -

Paixão

Adoro:
- seus olhos verdes
- a cara de boba que eu fico quando os vejo
- a Raquel, o João Pedro, a Beatriz e mais uns 12 ou 13 nomes para os filhos que teremos
- o banco da galeria Ouro Fino
- o nosso querido Frankie (e o quanto ele me faz chorar)
- De fé
- companhia eterna para show dos Engenheiros
- as brecadas do metrô
- te deixar sem graça
- caminhar pela Paulista
- dançar no metrô
- ler em algum lugar: "você parece comigo, nenhum senhor me acompanha, você também, se dá um beijo, dá abrigo"
- ouvir: "eu trocaria a eternidade por esse dia"
- ter um professor de direção tão lindo
- Chaves antes de ir para a faculdade
- segurar na sua mão para atravessar a rua
- ser sua versão feminina
- Conhecer um guri que eu já conhecia de outros carnavais (sim, novas fantasias!)

Odeio:
- Você longe

10/07/2005

Quem não se lembra?

- Do peixe suicida da Amelie Poulain
- Da guitarra alucinante do Macfly
- Da descoberta do sexo por Christian Slater em O nome da rosa
- Da Bjork na última cena de Dançando no Escuro
- De Adam Sandler cantando Space Oddity em Mr. Deeds
- De Tom Hanks tocando piano com os pés em Quero Ser Grande
- Do orgasmo fingido da Meg Ryan
- Do Alex de Large "just singing in the rain..."
- Do Forrest Gump ensinando o Elvis a dançar
- Do Ethan Hawke descobrindo inspiração em Sociedade dos Poetas Mortos
- Do piano maravilhoso de Shine
- De Viola sendo desmascarada (e despida) em Shakespeare Apaixonado
- De Ed Norton aterrorizando em A Outra História Americana
- Do Kwan de Cuba Gooding Jr. em Jerry Maguire
- Da menina-homem Hillary Swank em Boys Don´t cry
- Do dilúvio de sapos em Magnólia

04/07/2005

Amor e ódio

Você foi um vício
Quase um sacerdócio
No passeio pelo ócio
Cheguei bem perto do ódio - por amor
Amor: meu outro ofício...

(*Ódio = amor emburrado)

Considerações Finais

Não.
Eu não sou remédio para carência.
Faz assim:
Come um chocolate...
E me esquece.
(Mila se especializando em ser breve)

20/06/2005

Pequenos personagens, grandes histórias

Estava no ônibus indo para uma cidade aqui perto, e sentei ao lado de um rapaz, daqueles que parecem ter diamantes nos olhos, tipo raro. A viagem era curta, mas já que estávamos ali mesmo, e como sou uma senhora que adora ouvir histórias, e as aprecia como quem come merengue de morango (e ri das aliterações) me pus a postos para a linda narrativa. A história parece simples. Se eu fosse jornalista, escreveria apenas: Moço pega a estrada para ver palestra em São Paulo e acaba perdendo a hora. Lead sem graça esse...como viram não tenho traquejo para jornalista, e pelo fato de Jornalismo ter sido a segunda opção no vestibular, hoje sou bacharel em Letras e adoro brincar de escrever. Por isso, a narrativa que se segue vai além do "Moço pega a estrada para ver palestra em São Paulo e acaba perdendo a hora".
Se ela for boba, romântica e até meio piegas, me desculpem, a idade traz a intensa vontade de viver histórias mil...um dia vocês me darão razão.

Enfim, o tal rapaz, o dos olhinhos de diamantes, iniciou, ainda com o frescor de quem acaba de passar pelo momento emocionante, lembrando cada palavra que foi dita (e foram ditas muitas palavras). O garoto veio para São Paulo com a finalidade de assistir uma palestra sobre Jean Paul Sartre (e já se percebe por aí que o rapaz é do bem). Mas bem se sabe que o trânsito caótico de Sampa prega peças que dariam bem uma tragédia. Tudo bem, sem drama: daria uma comédia de erros. O que aconteceu foi que o rapaz chegou na frente do anfiteatro ao final da discussão. Sem jeito, se colocou num canto, discretamente, e lá ficou. Notou, do outro lado do salão, uma garota de cabelos longos (e aí inicia-se a verdadeira e lacrimejante história). Cabelos lindos, cor de mel, pareciam ter saído dum comercial de shampoo. Como que sentindo a insistência do olhar paralisado nela, virou-se para o rapaz, e trocaram assim, o primeiro olhar. Olhos negros como a noite em eclipse, olhinhos ciganos mas nem um pouco dissimulados. Fitaram-se por segundos intermináveis (e ele sorriu de leve, lembrando Einstein e a relatividade). Até que não mais podendo aguentar, a moça abaixou os olhos, graciosamente olhando as unhas recém-pintadas. Os olhares se repetiram até que o palestrante desse fim à discussão, e as pessoas aos poucos fossem se dispersando. O rapaz estava indo embora, passaria a noite na rodoviária esperando o primeiro ônibus de volta para casa, na manhã seguinte. Atravessou a rua e olhou para trás, uma última olhada. E lá estava aquela mulher, destacando-se dos demais como água no deserto. Ela olhou e sorriu, um sorriso amigável mas ainda assim instigante. Pois foi o motivo que bastava para ele se aproximar. A conversa começou fria, cheia de brancos entre uma frase e outra, mãos tremendo, voz rouca e boca seca. Depois das perguntas clássicas, já sabendo seu nome (Beatriz, lindo como ela) contou sobre o seu azar. E a moça, compadecida de seu infortúnio, aceitou acompanhá-lo até um café. Enquanto se falavam, a garota o olhava atentamente, um olhar extremamente intenso que oscilava entre o doce e o sedutor, embora em momento algum tenha usado truques femininos para isso. Conversaram a noite toda, uma conversa que lembrou aos dois o filme "Antes do amanhecer". De Sartre a Tom e Jerry, de Bach a Radiohead, cinema nacional, europeu...relacionamentos que acabaram assim, sem se perceber, espaguete ao molho branco com vinho, os escândalos do governo, os planos para o futuro. Muitas coisas em comum, outras nem tanto. Durante todo o tempo que passaram juntos, não houve um toque sequer. Totalmente respeitoso e comedido. Parecia que a moça, de tanto assistir Vanilla Sky, havia adotado como filosofia de vida o 'pleasure delayer'. Mas em alguns momentos...O rapaz me conta de um momento singelo em que a moça segurava uma garrafa de água. Com a outra mão, ela mexia na tampa, como que acariciando-a. Neste instante, o rapaz fecha os olhos, e deseja...deseja aquele toque como jamais havia acontecido. E foi isso. Fim. Não trocaram telefones, não se cobraram outro encontro. Disse-me ele: "Sabe quando você acha algo tão bom que tem medo de estragar?" Ele preferiu guardar essa noite na cabeça para sempre, e não tenho dúvidas que guardará. "Algo tão intenso, que não foi um encontro de corpos, foi um encontro de almas". Assim ele finalizou sua descrição. E eu, em lágrimas, lembrava um amigo, também escritor: "mulher, seja como for, já é feita para amar". Quando me dei conta, o ônibus já havia chegado ao seu destino. Me despedi do rapaz, e passei um dia diferente...um dia lembrando. Sabe, eu também já tive uma madrugada assim quando era jovem. E nunca mais me esqueci.

14/06/2005

Eu não sou breve, mas tento

Me disseram que eu escrevo muito. "Cansativo", ouvi. Para quê escrever tanto, ninguém lê mesmo! Mas como sou uma moça sortuda, tenho amigos fiéis (e não tão 'cansáveis'). Mesmo assim vou tentar ser breve.

(Tentativa de ser breve:)

Ela fez uma cara de desespero (cara do que mesmo? Peraí que eu vou lembrar...)
A amiga riu: - O que foi, mulher? Que cara é essa?
- Ai, você sabia que temos 9 almas gêmeas na vida?
- Hum...
- E eu estava aqui lembrando que eu já gastei 5...e agora?

(sim, eu falei que lembraria! Ela estava com a carinha do gatinho do GRAM quando só tinha uma vida!!!)

Garota de sorte

Lembra daquele dia no metrô? Você me acompanhando, aí sutilmente sugeriu a rampa ao invés da escada rolante só para ficarmos mais tempo juntos...que meigo isso. Eu definitivamente sou uma garota de sorte.

17/06/2005

Entendendo o "por quê?" (ou não)

Por que, quando finalmente descobrimos a resposta, a pergunta nem importa mais?

Por que o Wagner Moura mora nos meus sonhos? Onde ele se esconde quando eu acordo? (sim, já olhei debaixo da cama)

Por que eu não sou personagem de gibi? (queria ser a Tina mas sempre fui mais para Pipa)

Por que brigadeiro é tão gostoso a ponto de ser cura para deprimidos?

Por que é que a gente nunca sabe de quem vai gostar? (para a Cata ficar feliz)

Por que não eu?

Por que os bons morrem cedo?

Por que o Papai Noel não usa bermudas aqui no Brasil?

Nossa, depois dessa melhor eu parar de perguntar...passo a bola para vocês...não temos oito anos mas temos diversos questionamentos...diz aí...quais são os seus "por quês"? Hein?

03/06/2005

Poema à seis mãos (e sobre quatro pés)


Pés pequenos em chinelos grandes
Protegida, desarmada
Sorriso ruivo segue
Folhas secas, o som do outono
Trilha sonora de sussurros
Mãos quentes, coração compassado
Nada de novo
Tudo em seu devido lugar








Texto à seis mãos: Mila, Carol e Cata. Tá, eu dei uma finalizada nas idéias, sei lá se ficou bom.

Pedro e Bia


Beatriz acordou de súbito, assustada. Medo de perder ônibus para o trabalho.A mão de Pedro lhe confortou:

- Amor, hoje é domingo.

Quando Beatriz era adolescente, odiava domingos. Dia tedioso, dizia. Aliás, MAIS UM dia tedioso. lembrava Djavan: "pra quem não tem para quem se dar, o dia é igual à noite..." Mas Beatriz - agora completa - amava os domingos. Dia de fazer coisas triviais. O prosaico, o banal, assusta aqueles que vivem perigosamnete, aqueles que sempre se apaixonam mas nunca amam. Ela não. Já tinha 25 anos e precisava deixar de ser incendiária e começar a ser bombeira. Jornal, café, passeio com Argus, o cachorro. depois que encontrou Pedro, perdeu a fixação por uma vida cheia de adrenalina. Percebeu na simplicidade a maior alegria. Entendeu que a calma é o caminho para a felicidade. E de onde vem a calma? Sua calma não vinha mais de potes e potes de sorvete de chocolate. Tinha conquistado a calma de saber que não há nada permanente - a não ser a mudança. Inevitável, mas não mais assustadora.
Sustos? Ainda os tinha...toda segunda-feira. Era o medo de perder o ônibus para o trabalho...

(04/05/2005)

Será arte?

Ouvi dizer que poeta é quem nasceu com talento para pôr-do-dol...

Isso me fez pensar (OH!) - penso logo existo...logo penso...se existo?!? Sei não!

Acho que todo mundo já parou para admirar um pôr-do-sol, daqueles cheios de cores e suas nuances. E isso não habilita ninguém a ser poeta. Mas sim, se você sente um formigamento quando o relógio da Igreja dá as seis badaladas...corre para olhar o dia, minguando. Fica feliz ao ver o show de cores, e logo depois vem aquela angústia que todo fim traz, toda estranheza e pavor que provoca. Aquela fração de segundos nos quais seus olhos, ainda não acostumados com a pouca luz, começam a apertar-se para enxergar melhor (principalmente se você, como a maioria dos poetas, é míope). Você deslumbra o cinza monótono da neblina e se sente em Londres. Até que a noite caia por completo, o desespero prossegue. E você, atônito, lembra Cesário Verde:

"Nas nossas ruas, ao anoitecer
Há tal soturnidade, há tal melancolia
Que as sombras, o bulício, o tejo, a maresia
Despertam-me um desejo absurdo de sofrer"


Sim, se isso lhe ocorre...tens alma de poeta, meu amigo!
Não tenho pretensão de um dia ser "poeta" de ofício, pois sei que para mim, faltaria um melhor vernáculo e dias mais sofridos para lastimar...mas alma de poeta, que espera o dia todo pela noite e chora quando ela finalmente chega...acho que disso eu posso me gabar! E se você, ao ler isso, se sentiu descrito... venha comigo, me dá sua mão...vamos orar a São Fernando Pessoa e pedir a benção ao frei herege que é Saramago. E elejamos logo Camões como o novo Papa, que o povo tem pressa de um salvador! (E eu estou mergulhada na Literatura Portuguesa!!!)

Post Scriptum: Já que falei em poetas...citarei a poeta mais gaúcha e mais amada que eu conheço (porque dei de a conhecer e a amar):

VELHO AMOR
Lá passa o velhoe com ele vão-se anseios
no embalar, a certeza
de que um dia foi poeta
Aquele mesmo velho
foi quem me protegeu
e comigo pode sonhar
Eu ainda sou a mesma
menina de lábios virgens
que insistem em blasfemar
falsos amores.
Lá se vai o meu doce passado,
o meu mais alegre presente
sem possuir o futuro
que a vida não pode nos conceder
(Natália, 1998)

Amor...meu grande amor?

O grande amor da sua vida ainda está por vir? Eu estava aqui pensando se no fim terminamos a vida ao lado de quem amamos. Vendo minha mãe viúva do homem de sua vida, acho que não. E quem é o grande amor da sua vida?
Sei lá, pode ser o seu primeiro amor, pode ser o cara que você salvou das drogas, ou o menino meigo e responsável que você chamava carinhosamente de "cachorrinho", e se tornou seu companheirão de vida. O cara casado que chegou 5 anos atrasado, o caso antigo que foi morar longe. Ou será que o grande amor é a pessoa de quem você fugiu por ser seu espelho?A pessoa que você deixou porque meninas não namoram meninas? O cara mais justo do mundo que você magoou (porque será que ele nunca se suja?). O cara que virou namorado e que hoje é o melhor amigo que você tem no mundo?
O amor da sua vida pode ser tão diferente de você a ponto de te repelir, ou tão igual que você passe batido por ele. Pode ser a menina que beijou outro cara na balada, bem na sua frente, sem perceber que você ainda era apaixonado por ela, ou aquela que num ato de desespero enfiou um lápis no nariz (acredite, isso acontece). Seu grande amor pode até ter sido aquele cara que você descobriu ser apaixonado por outro cara, ou aquele que você supõe não te olhar porque você (se acha) gordinha.

Não sei...queria ser otimista, ter a visão de Polyanna para tudo, e achar que o grande amor ainda virá...Mas meu instinto "dark" repete dentro de mim: "Ele já veio".

07/04/2005

Homesick Alien

Ahn? ET com saudades de casa? Tá, me diz que ele chama Thom Yorke, diz, vai! Vou contar sua historinha:
Tal alienígena parece confuso, vendo o chão abaixo de sí se desfazer. Seu peito está aberto, assim, partido em pedaços como o asfalto que se fragmenta a seus pés. Enquanto isso, seus amigos se apressam em trancafiar seus espíritos e fechar-se para o novo, vivendo de seus segredinhos eternamente segredáveis e inegavelmente inúteis. OH! Ele espera que seus amigos mostrem a ele o mundo do jeitinho que ele gostaria de ver. Mas não. Não dá. Ele bem que tentou contar-lhes sobre o brilho das estrelas e o significado da vida, mas bah (ps: ETs gaúchos), eles pensariam que o ET mais "weirdo" do mundo havia perdido totalmente a noção. Simplesmente o jogariam em um calabouço qualquer, junto com o homem da máscara de ferro...e lá ele não ofereceria perigos do tipo libertar outras mentes.
Pensam que ele ficaria mal com isso? Nãooooooo. Ele estaria bem, ET concha, continuaria guardando suas pérolas para a hora da verdade inevitável. Mas acho que não estou falando do Thom Yorke...esse alien...sou eu, sem dúvida.

*Leitura de uma mente insana para Subterranean Homesick Alien, do Radiohead
**Sobre os segredinhos segredáveis...inspirado nas milhares de vezes que li "O
menino maluquinho"

26/02/2005

A estrada

Hoje estou meio Milton: com a alma repleta de chão. Vontade de sair sem destino,
sair por aí. Buscar o que é meu, só meu, irrevogavelmente meu. Ver que o mundo só é grande para quem anda de avião. E que pra quem anda sem destino, ele cabe na palma da mão (diria Augustinho Licks em tempos longínquos). Tenho medo quando isso acontece, pois é sempre num domingo esperançoso que culmina numa segunda-feira com indigestão, depois de tentar engolir o mundo e não
conseguir. Quero muito. Quero tudo. E quero agora. Mas só até chegar perto de conseguir. Aí,
quando estou prestes a finalizar algo em minha vida, eu desisto. Invento para mim
mesma uma dor físca que camufle a dor na alma. Dor de quem pode resumir sua vida
num círculo desenhado num papel, um círculo que não se fecha, para que sua extremidades
jamais se cruzem, de maneira completamente irritante. Assim é minha vida.

27/01/2005

Carta Anônima

Hoje. O primeiro dia do resto da minha vida. Só para parecer nome de filme. Por
isso coloquei meu coturno mais imponente e rumei..caminhei...em certo ponto do
meu caminho ouvi uma música. Era Pink Floyd. Hey, you. E foi inevitável. É
incrível como é difícil evitar que corra uma lágrima com o vento forte beijando
seu rosto. Então eu deixei ela vir...e deixei ela passar: acreditem, passou. E
agora estou oficialmente pronta. Para o segundo dia do resto da minha vida. É que
nem os viciados, que participam de grupos anônimos: "só por hoje". E Renato Russo
já dizia: só por hoje, eu não quero mais chorar...

11/05/2004

Time to say goodbye

Vai, menina atabalhoada. Sai de cena, é chegada a hora. É incrível como você faz
tudo errado sempre...tem o dom de magoar. Esta não é a última carta de uma
suicida. É só a conscientização de alguém que ama demais. Porque esta menina ama
desenfreadamente. E todos sabem que amor em demasia sempre acaba em dor.
Invariavelmente. Então pára, enquanto é tempo. Deixa o ser amado viver a vida sem
você. Porque ninguém merece alguém de cabeça tão endoidecida. Deixa os outros se
amarem, pois eles sim, o sabem fazer. Você não.
Esta é a carta de uma querida amiga, que por nenhum segundo deixou de amar...mas
que em determinado momento desistiu de continuar tentando. E segue sua
vida...inevitavelmente sozinha.

05/05/2004

Bolhas de Sabão

Tem essa menina. Quando ela gosta de alguém, fica meio impulsiva mesmo. Não
consegue se segurar, quando se dá conta, já era...as palavras saem como bolhas de
sabão.Vejam só: ela já atingiu 4 graus na escala Richter de impulsividade. E só
estou contando as últimas 24 horas de sua efervescência. Lá para trás
provavelmente já ultrapassou o limite aconselhado pelos seus pais. Mas, fazer o
quê? Tem gente que nasce assim, com dom de ser pessoa-terremoto, maremoto,
cataclisma...ela nasceu para ser intensa. E, honestamente...isto é o que eu mais
gosto nela.

04/05/2004

The Great Pretender

Se o poeta é um fingidor, serei eu poeta?
(ou sobre como deixar todos sem saber se você está falando sério ou está sendo sarcástica)

Eu nasci para cantar o amor, por isso não amo. Diabos, já disse! Não nasci para
amar, nasci tão somente para falar de amor...Aprendi isso quando vi em alguma
música do Cazuza que, "se todo alguém que eu amo é como olhar a lua inacessível, é
que eu não amo ninguém"...e é só amor o que eu respiro. Então tá então...(quê? Ah,
estes olhos que te olham bem fundo e fazem você confessar qualquer bobagem? Pura
tática...)

Sobre o fingidor...cabe a vocês determinarem se eu sou uma fingidora no amor, ou se
só estou fazendo um texto que finge fingir só para te confundir.

27/10/2004

Para o dia em que você deixar de ser a pessoa mais apaixonante do mundo:

Tiro minha fantasia de Carlitos e esqueço o que é um chapéu coco.
Fico linda tipo a Zeta Jones, dou uma risada escancarada a la Julia Roberts, faço piadas mais
engraçadinhas que as do Bob Sponja e me apaixono por um baixista, só para variar um pouco.
Paro de ser parceira da Taia no luto inacabável e visto algo irritantamente colorido, tipo azul cabelereiro.
Abro mão da maquiagem dark e corto as unhas bem rente (tão na carne que até dói).
Lembro que existe mundo além do "nós dois".
Largo daquela mania boba de contar os minutos para te encontrar de novo.
Entendo de vez que eu não sou a única pequena deste mundo (e mesmo assim ainda serei a do menor dedo mindinho, porque algumas coisas nunca mudam).
Paro de tentar adivinhar como você gosta que eu use meu cabelo, qual o perfume que te
atrai, que caras e bocas te conquistam, te peço desculpas pelas vezes que deixei a
minha paixão ser mais forte do que nossa amizade.
Permito meus olhos de brilharem por alguém de novo...alguém que se torne, definitivamente, a pessoa mais apaixonante do (meu) mundo.

26/10/2004

***Um dia eu...

- desço das nuvens de algodão - digo pro meu pai que tentei a vida toda ser como ele, e bah, é impossível
- fujo para Porto Alegre e peço pro Dante: arruma espaço no armário que eu vim
para ficar
- viajo para Londres para a famosa cervejinha com o Tutú...e escapo até Barcelona
para ver minha amada irmã Laly
- começo a achar o Humberto arrogante
- viro bruxinha como a Lety
- tiro a minha carteira de motorista (me aguardem)
- transformo prozac num passado antigo
- explico o pequeno príncipe para a Miss Brasil
- termino de ler aquele Saramago que você me emprestou (e nunca leu)
- paro de me emocionar lendo O menino maluquinho
- me torno uma mãezona como a Camis e a Márcia
- deixo de ser preguiçosa e emagreço uns trocentos quilos
- me livro do riso frouxo
- me acostumo com salto alto
- esqueço aquele papo de próxima vida, quando formos gatos, e te canto "Rubens"
- paro de gostar de narigudos ou caso de vez com o homem da manutenção
- faço um livro contando meus sonhos malucos
- dou um boneco do Chaplin pra você, Vi
- dou uma aula tão boa quanto a do André
- paro de tentar ser amiga de todo mundo que não gosta de mim
- aprendo a mandar tudo às favas
- compro um montão de Pretzel pro Enzo e me redimo de promessas não cumpridas
- gasto todo meu salário em cd, livro e filme
- paro de colocar letra de música em tudo que eu falo
- prometo que não vou dizer que amo alguém nos primeiros meses de namoro
- paro de me apaixonar compulsivamente
- admito que aquela foi a melhor noite da minha vida
- aceito que a vida tem um senso de humor doentio
- escrevo posts mais curtos
- volto aqui e digo que finalmente, após meus 24 anos, cumpri cada tópico dessa
lista.

22/10/2004

Disso é feito a vida, apenas de momentos...



Sonhei.
Nossa, eu durmo tanto nessa vida que é impossível não sonhar coisas engraçadas. E eu sonhei ser uma velhinha doida, fiquei pensando na cara dos meus netos quando eu falasse das minhas tantas paixões nessa vida. Será que eles me entenderão? Será que tudo o que eu faço de besteira hoje será um motivo para eles falarem: puxa, vovó viveu intensamente sua vida...pois na vida não temos que ser certos ou errados, temos que ser intensos (tá, hoje vocês lêem isso e falam:
garota doida! Mas qdo eu for velhinha, isso será um daqueles ensinamentos de quem tem mais experiência e rugas do que você).
Quero ser uma velhinha sem arrependimentos, porque é assim que sou hoje. Quero ficar velhinha e ser tão corajosa e desbravadora quanto eu era quando criança. Quero ler o Jorge Luís Borges e falar: Ufa, eu vivi...deixei para lá as bolsas térmicas, andei descalça na grama molhada,
abracei todo mundo que tive vontade. E então tomarei aquele sorvete sem medo de uma
pneumonia...e meus filhos serão meus pais prudentes...e meus netos, ai ai, eles
trarão todo mundo para conhecer sua avó roqueira!

21/10/2004

O dia em que eu disse sim

“ Sim, eu aceito.”
Calma, você não bebeu demais e me pediu em casamento sem
querer. Não, não vamos nos casar (embora haja situações em que eu precise me
passar pela esposa). Mas eu aceito o que tens prontinho para me dar.
Aceito sua amizade eterna, seu carinho, sua voz sexy, seu dom artístico, o seu
“não pense por mim”, o seu jeito de me surpreender, o quanto você me ensinou a
ver que o que você me dá é muito mais do que o que eu poderia sonhar em ter.
Homem perfeito, ideal? Não sei...e também sei que você não gosta de elogios, e
afinal, “somos o que somos, inclassificáveis”, mas gosto daquela sua definição, e
concordo...não sei se um dia seremos um par, mas sou feliz demais em sermos dois
ímpares bem unidos. Adoro te ouvir, te fazer cafuné, receber massagens nos pés e
mordidas com caninos afiados...adoro até teu jeito de sempre conseguir me fazer
de bobinha. Adoro ser a “pequena” e nem ligo pro fato de ser a “pivete”. Adoro
ser cinco anos mais velha que você e ainda assim perceber o quanto você é mais
maduro que eu. Menino-homem, Victor...você é o sonho mais perfeito que eu poderia
ter. Além de ser, não UM, mas O amigo.

O reencontro

Depois de tudo
Achei que amizade
Era o mínimo que poderíamos ter.
Hoje eu vejo: Ela é o melhor que poderíamos ter...

***não é tipo credicard mas é de coração...

Mila ao som de Herbert Vianna:
Eu sei do tempo Conheço seus danos No que eu fui, No que eu não pude ser Nos meus acertos E nos desenganos Do que eu sei Nada serve pra você. Eu só quero dizer Que eu não sei nada de você E eu só quero dizer Não sei muito de mim também.

(nisso tudo só faltava um sim...é bom ouvir o som do sim)

20/10/2004

O valor das coisas

Muito pó compacto para esconder a cara de choro - 25 reais
Lotação até o metrô Tatuapé - 1 real e setenta centavos
Alguns minutos de espera - frio na barriga
Umas cervejinhas no Copacabana - 30 reais (que eu não pude pagar, e ainda tive
que prometer que pagaria a cervejinha ano que vem, lá em Londres, em libras...)
O carteiro e o Poeta - algumas lágrimas
Ver o dia nascer, cheio de esperança, ao lado de um amigo desses eternos, que veio de looooonge, atravessou um oceano para ficar pouco tempo, mas mesmo assim separou uma noite inteira para te fazer lembrar que a vida vale a pena, sim senhor - não tem preço.

18/10/2004

SOLUÇOS

Hoje recebi a carta mais triste de minha vida. A carta de alguém que nunca foi
julgado por mim, mas foi pelo sistema. E assim caminha a humanidade. Senti medo,
senti um medo muito grande por fazer parte duma vida que se esvai. Saber que o
fim desta pessoa, físico ou moral, está próximo. E o que fazer? Tento animá-lo:
lembre-se de Oscar Wilde, ele também foi condenado a viver neste ambiente
desumano. E ainda escreveu "De Profundis". Então ele geme e diz: aqui sou um
estrangeiro, você bem deve lembrar do Camus. E o pior é que eu lembro. E me sinto
impotente. Meu amigo ainda consegue ser gracioso, pedindo desesperadamente que eu
não pare de lhe escrever cartas, ressaltando: se deve haver alguma coisa que
ainda me emocione, como seu amigo Humberto falou uma vez...a coisa que mais me
emocionou neste cárcere foram suas palavras de amizade. Me sinto responsável pela
vida desta pessoa. Amigo, espero poder ajudá-lo a vencer mais esta etapa da vida.
E aquela vida pessimista e melancólica...deixa ela para quando estiveres aqui
fora e pudermos ter de novo longas conversas sobre Renato Russo, Goethe,
Nietszche.

19/04/2004

Você quer largar tudo e casar comigo?

Camilinha casou sem ter carro...nem bicicleta. Sem lenço...sem documento...um
jeito meio Caetano de ser. Mas, se não tinha tais posses, outras tinha de sobra.
Casou com muito amor, sem dúvida. E desejo, indispensável. Camilinha não convidou
ninguém para o casamento porque o enlace se deu num lugar que ninguém pode ir, só
ela e seu amor. É, parece estranho, mas Camilinha não casou na Igreja, embora
usasse branco. Camilinha casou dentro dela mesma...fez um pacto com o amor,
passou a enxergar tudo em cor-de-rosa. E agora convida vocês para a festa. Não
para a particular, que ocorrerá em breve e entre quatro paredes, sem expectadores
porque senão Camilinha enrubesce. Mas para uma festa de olhares que sorriem e
bocas mudas que, mesmo assim, dizem tudo...convite para um show pirotécnico nas
suas íris...é isto. Se tu quiseres saber quem eu sou...vem! Armem-se de amor,
coloquem em suas mochilas granadas de abraços, e venham lutar ao meu lado...se
queres paz: te prepara para a guerra. Se não queres nada: descansa em paz!
At last but not least: Tio Wolff tem nome e fama, mas não é mal. Tá, tudo bem que
ele quase me fez cometer um suicídio em menos de duas linhas de conversa. Mas foi
só para assustar...tio Wolff é um lobo bonzinho, um lobo menino, um lobo !vejam
só! que adora crianças. Um Dante sem Virgílio, um Ronin muito querido. Hey, John
Wolff...tu és tri, como um bom gaúcho. Beijos.

15/04/2004

O árbitro aponta o meio de campo...

Dia triste. Considerações finais. Quarenta e cinco do segundo tempo. E é muito
mais difícil dizer adeus quando não há nada mais pra se dizer.Choro, sim, um
pouco. Música de fundo "muita luz para alguém que nem queria ficar, mas nem
sair..." Mas sem mágoas. Constatação dos fatos e hora de parar de tentar
incessantemente voltar ao que não tem volta. O rio passou...aquelas águas nunca
mais passarão por mim de novo...e se passarem...eu já não serei a mesma. Não é
assim que dizem? And life goes on...a noite não foi tão triste assim, e o tema
foi "Rock and Roll all night". Três amigas novas e uma eterna. Ri muito, chorei
um pouco...e terminamos a noite no Black Dog às 7:30 da manhã.

09/05/2004

Mãe

Dia das mães. Lembrança de criança: ensaios durantes meses para apresentar
"Maria, Maria" para a mamãe. No dia, meu pai e eu íamos comprar um botão de rosa
para ser entregue na hora da tal apresentação. Todo ano era assim. E todo ano a
Dona Diva chorava...se bobear ainda chora quando lembra. E hoje...hoje eu vejo
que "Maria, Maria" é a música de uma mulher forte, com garra. Mãe, que chegou um
dia em que teve que virar pai também. Lutadora...um exemplo a ser seguido, embora
às vezes seja adoravelmente rabujenta. E ainda por cima é linda. Sou uma garota
de sorte. E amo a minha mãe.

09/05/2004

Seis passos para curtir uma deprê

1) Não querer ver meu rosto antes de anoitecer;
2) Edredom rosa molhado pelas lágrimas;
3) Portas, janelas, cortinas...e coração fechados;
4) Nem um único chocolate que substitua um longo abraço;
5) Toda a melancolia de deixar o quarto com a luz natural no momento em que os
sinos da igreja avisam que já são 18 horas e bah, você nem levantou da cama;
6) O único companheiro: cd player com a trilha sonora da deprê perfeita.

Trilha sonora da deprê perfeita:

Madonna, Take a bow. Ápice (também conhecido como o momento em que é impossível
segurar o choro):
"Make them laugh, it comes so easy when you get to the part
where you're breaking my heart. hide behind your smile...the whole world loves a
clown..."

The White Stripes:
"I just don't know what to do with myself planning everything for two, doing everything with you and now that were through I just dont know what to do with my time. I dont know what to do with myself, movies only make me sad parties make me feel as bad 'cause I'm not with you I just dont know what to do. like a summer rose needs the sun and rain I need your sweet love, to beat love away"

Engenheiros:
"Devolva-me o que você levou, ou leve-me contigo, perca-se comigo"

Amores Possíveis:
"Quem acendeu a vela do destino não contava com a ventania"

Tim Maia:
"Agora é tarde não tem mais jeito, o teu defeito não tem
perdão. Eu vou a luta, que a vida é curta, não vale a pena sofrer em vão"

Smiths:
"Last night I dreamtthat somebody loved me...no hope, no harm, just
another false alarm. Last night I felt real arms around me...no hope, no harm,
just another false alarm"

Suzanne Vega:
"He sounds like he's missing something or someone that he knows he
can't have now. And if he isn't...I certainly am"

Zélia Duncan:
"eu vou tirar suas impressões digitais da minha pele. tirar seu
cheiro dos meus lençóis, o seu rsoto do meu gosto. eu vou tirar você de mim,
assim que eu decobrir com quantos nãos se faz um sim"

Maria Rita:
"pular de precipício em precipício, ossos do ofício"

Elis Regina:
"Ah, seu eu te pudesse fazer entender, sem teu amor eu não posso viver e sem nós dois o que resta sou eu, eu assim tão
só. E eu preciso aprender a ser só,poder dormir sem sentir teu calor e ver que
foi só um sonho e passou. Ah, o amor quando é demais ao findar leva a paz, me
entreguei sem pensar que a saudade existe, e se vem é tão triste. Vê, meus olhos
choram a falta dos teus estes teus olhos que foram tão meus, por Deus entenda que
assim eu não vivo,eu morro pensando no nosso amor"

Ana Carolina:
"É mágoa, o que eu choro é água com sal...se der um vento é
maremoto" eu só queria distâcia da nossa distância...

Zeca Baleiro:
"Ando tão à flor da pele que qualquer beijo de novela me faz
chorar, ando tão à flor da pele que teu olhar flor na janela me faz morrer. Ando
tão à flor da pele que meu desejo se confunde com a vontade de não ser, ando tão
à flor da pele que a minha pele tem o fogo do juízo final"

Chico Buarque:
"Quando olhaste bem nos olhos meus e o teu olhar era de adeus,
juro que não acreditei, eu te estranhei. Me debrucei sobre teu corpo e duvidei,e
me arrastei e te arranhei e me agarrei nos teus cabelos, no teu peito, teu
pijama. Nos teus pés ao pé da cama. Sem carinho, sem coberta no tapete atrás da
porta, reclamei baixinho"

Legião Urbana:
"Vai ser difícil sem você pq você está comigo o tempo todo"

Vinícius, samba em prelúdio:
"Eu sem você não tenho porquê, Porque sem você não sei nem chorar,sou chama sem luz,jardim sem luar, luar sem amor,amor sem se dar. Eu sem você sou só desamor, um barco sem mar, um
campo sem flor,tristeza que vai, tristeza que vem,sem você, meu amor,eu não sou
ninguém".

Paulinho Moska:
"Eu falo de amor à vida, você de medo da morte. Eu falo da força
do acaso e você, de azar ou sorte. Eu ando num labirinto e você, numa estrada em
linha reta. Te chamo pra festa mas você só quer atingir sua meta, sua meta é a
seta no alvo, mas o alvo, na certa não te espera. Eu olho pro infinito e você, de
óculos escuros. Eu digo: "Te amo" e você só acredita quando eu juro. Eu lanço
minha alma no espaço, você pisa os pés na terra. Eu experimento o futuro e você
só lamenta não ser o que era, e o que era ? Era a seta no alvo mas o alvo, na
certa não te espera. Eu grito por liberdade, você deixa a porta se fechar. Eu
quero saber a verdade, e você se preocupa em não se machucar. Eu corro todos os
riscos, você diz que não tem mais vontade. Eu me ofereço inteiro, e você se
satisfaz com metade. É a meta de uma seta no alvo mas o alvo, na certa não te
espera. Então me diz qual é a graça de já saber o fim da estrada quando se parte
rumo ao nada ?"

CHEGAAAAAAAA...já que a semana é do saco cheio, eu decreto SACO CHEIO de amar
sozinha!!!
ps: Nem é carnaval e eu tive minha quarta-feira de cinzas...pois é, todo carnaval
tem seu fim...hearts are broken everyday, né Cá? Aí veio o Renato Russo e disse:
"é só hoje e isso passa...amanhã é um novo dia, não é? Eu nem sei pq me sinto
assim...vem de repente um anjo triste perto de mim...

Se vc resistiu à trilha sonora, parabéns, você é um melancólico convicto!!!

14/10/2004

Poema Vertebrado

(por Eugênio Sperandio)

Hoje a bóia foi salsicha
Arroz, feijão e macarrão
Sem café com pão
Suco de uva
Barraqueiro usa luva para servir
E eu sou da facção dos irmãos
Primo leal, coisa e tal, nào leve a mal
E minha carreira no futebol
Todo dia tem um rouxinol
Que insiste, persiste, não desiste
De anunciar o sol, gol no futebol
Quase um mês e ninguém fez
Tantos gols como eu fiz
6, 16, 26
E tem sempre um português que nos vende droga fiado, bastardo
Filho da pátria nua
E insinua ser melhor que eu,
Posto isso ele é, pois o Zé mané que compra droga sou eu
E fui teu por sinfonia sentimental
Acabou a bóia, a droga, o mal
Considere o animal transcedental
Não animal e sim universal
Duchão, pancadão, distorção
E aguardo sua carta e canção
Me absolvendo por obsessão
Que faço ao amor, pois é minha solução
És responsável pelo que cativas
És responsável por mim

***(Camilinha sentindo remorso por não poder dar-lhe um abraço. E triste ao ler:
"Você manda 10 cartas e recebe uma totalmente diferente, depois de 10 dias de
alguém a quem você nunca enviou nada". Amigo, sua carta e canção estão a
caminho...força.)
***Sobre a deprê: vai bem, obrigada, alimentadíssima. Não, brincadeira, estou levantando da
lona...(justo agora que eu estava me acostumando, tinha dado até para tirar um
cochilo). A menina continua amando, como sempre...amando quem? Amando...amando a
idéia de ir para Porto Alegre talvez, quem sabe, se permitido for. E quem
permite? O amor, claro.

15/10/2004

Das definições IV

Diário - são as boas moças que o fazem...as más nunca têm tempo.

Respostas - as únicas interessantes são aquelas que destroem as perguntas.

Sonho - a vida é o grande sonho.
- você pode tudo quando sonha.
- quanto mais fecho os olhos, melhor vejo. O dia todo vi coisas vulgares, mas
quando durmo e sonho, te revejo, pondo no escuro luzes estelares.

Sábio - aquele que estuda como se fosse viver eternamente e vive como se fosse
morrer amanhã.

Esperança - o urubú pintado de verde.

Casa - quem ama quer casa, quem quer casa quer criança, quem quer criança quer
jardim, quem quer jardim quer flor. E como já dizia Galileu: isso é que é amor.

05/04/2004

Das definições III

Loucura - Quando Ismália enlouqueceu, pôs-se na torre a sonhar. Viu uma lua no
céu, viu outra lua no mar. e no sonho em que se perdeu,ganhou-se toda em luar.
queria subir ao céu, queria descer ao mar. e, no desvario seu, na torre pôs-se a
cantar. estava perto do céu, estava longe do mar...E como um anjo, pendeu as asas
para voar...queria a lua do céu, queria a lua do mar...as asas que Deus lhe deu,
ruflaram de par em par. Sua alma subiu ao céu, seu corpo desceu ao mar.

Homem - todo homem deveria ser incendiário até os 25 anos de idade e bombeiro
dali em diante.

Sol - nasce para todos, todo dia de manhã.
- Ele existe. ainda que seja noite, o sol existe. por cima de paus e pedras,
nuvens e tempestades, cobras e lagartos...o sol existe. Ainda que tranquem o nosso quarto
e apaguem a luz, o sol existe.

Sonhos - onde todos os homens são heróis.

Aprender - única coisa da qual a mente nunca se cansa, não tem medo e não se
arrepende.

Cérebro - o melhor brinquedo já criado: nele se encontram todos os segredos,
inclusive o da felicidade.

Vida - Oh, vida, das perguntas desses recorrentes. Dos infindáveis trens dos
incrédulos, de cidades repletas de tolos. Que há de bom nisso tudo, oh, vida?
Resposta: que você está aqui, que existe vida e identidade. Que o poderoso jogo
continua e você pode contribuir com um verso.

Juventude - é uma banda numa propaganda de refrigerantes
- os jovens curtem o rock e são considerados loucos...os adultos fazem bombas
atômicas e são considerados normais.

Errado - Nem tudo está completamente errado. Até um relógio parado consegue estar
certo duas vezes ao dia.

Maturidade - capacidade de fazer alguma coisa, mesmo quando seus pais recomendam.

05/04/2004