Wednesday, March 28, 2012
“Eu é que não me sento no trono de um apartamento com a boca escancarada, cheia de dentes, esperando a morte chegar”...
Tuesday, December 06, 2011
Dia de luto e glória.
Ainda assim, principalmente no Brasil, amor ao time não se explica. Pode ficar 23 anos na fila, pode ficar sem um título da Libertadores, pode até jogar feio. Amor ao time, principalmente quando esse time é sinônimo de povo brasileiro, como é o Corinthians, é de graça. É em qualquer tempo. E quando cai pra segundona, quando é eliminado da Libertadores, quando sofre um gol... gritamos ainda mais forte, batemos no peito orgulhosos de sermos para sempre seus súditos. A adversidade nos dá força, nos dá mais carinho ainda pelo nosso time. E claro, se conseguimos marcar um gol, se conseguimos, como domingo, conquistar um título brasileiro, dentro de um campeonato tão regular... A gente comemora, a gente vai às ruas, a gente beija a bandeira. Comigo não foi diferente (e acredito que nunca será). Ainda que eu ande desacreditada do "mercado" que virou o futebol, ainda que eu torça o nariz para os jogadores cada vez mais bombados, ainda que eu sinta uma saudade imensa de quando o futebol era jogado na raça, com dez, até onze caras correndo pra ganhar, pra fazer bonito... eu continuo amando futebol.
Mas nesse domingo foi diferente. Esse domingo foi um daqueles outros dois ou três domingos em que o Brasil acordou com a notícia que ninguém quer dar. Ele, o Magrão, se foi. No sábado, quando li que ele respirava por aparelhos, senti aquele frio na espinha. Eu já havia sentido aquilo com o meu corinthiano fanático. Não eram boas notícias. Quando minha mãe disse: "Ai filha, você viu?"... eu disse "Não". Eu não havia visto, mas eu já sabia. Nosso doutor não aguentou. Nosso doutor escolheu o dia, um dia que fosse bom para a sua nação, um dia em que começaríamos e terminaríamos chorando... e se foi.
Eu, criada entre corinthianos, o amava. Eu o amava só de ver nos VTs, eu o amava porque as pessoas que eu amo o amavam. Eu o amava com a multidão, eu o amava sem saber porquê, como se ama seu time de coração.
Há alguns anos, me aprofundando pela história daquele Brasileiro de alma e sobrenome, eu entendia o motivo. O futebol foi só o meio de aquele cara chegar às massas e dizer o que veio dizer. Aquele cara destoando dos esportistas, aquele cara franzino, que se formou médico, que chutava de calcanhar não por genialidade (dizia ele), mas pela velocidade que aquele passe dava para alguém que não tinha porte atlético, como ele.
Ele não veio para cá à toa, não foi jogar no time com a torcida mais democrática do Brasil só pelo futebol... ele veio começar uma revolução. Ele veio, como outras personalidades raras deste país, pedir a nossa voz. Lembrar que tínhamos voz. E até o fim da vida, embora um pouco mais cético, ele lutou e acreditou em tudo o que dizia.
Foi por isso que eu e o Brasil acordamos mais tristes neste domingo. Foi por isso que eu me arrepiei quando eu vi aquele estádio com o braço direito levantado, punho cerrado, fazendo uma homenagem para aquele cara que comecei a amar sem motivo e aprendi a admirar cada dia mais.
O jogo que se seguiu, o jogo que nos deu o título, foi tenso. Como ouvi por aí, quem dera aquele um minuto de silêncio fosse trocado por um minuto, ou só alguns segundos, de passes geniais. Foi um jogo nervoso, mas sem grandes momentos. Foi um jogo regular, como foi toda a campanha do meu Corinthians. Não tiro o mérito, penso até que se aprendêssemos com o Tite a ter essa calma no cotidiano... viveríamos melhor. Mas às favas com o equilíbrio. Era uma final de campeonato, e a gente queria ver gol. Não viu.
O Palmeiras, que ficou apagado durante o Brasileirão, resolveu jogar. E a ordem lá de cima, visivelmente, foi segurar o resultado. Se teve algo ali fora do protocolo, foi a provocação 'a la Valdívia' que o Jorge Henrique aprontou. E a gente já sabe (né, Edilson?) que fazer isso num momento daqueles não é exatamente uma decisão acertada. Mas vá lá, se a gente esperava algum show na final, foi esse.
O jogo acabou e eu fiquei ali, em estado letárgico, feliz pelo meu time, mas ainda esperando o 'espetáculo'. Deveria ter me acostumado ao novo futebol, onde espetáculo só acontece às vezes (geralmente lá no Santos, tenho que admitir). E então fiquei ali, pentacampeã brasileira, com todo o amor que tenho pelo Corinthians, esperando a euforia vir. Não veio.
Aliás, veio sim... depois. Quando saí pelas ruas, e vi o povo. Aquele povo que o Sócrates amava, por quem ele vencia a timidez e falava ao microfone. Ali eu descobri porque eu ainda sou apaixonada pelo meu time, ali eu me reconheci. Acenamos para os torcedores felizes, e recebemos uma 'bandeirada' (o pedágio que qualquer carro passando por ali teve que pagar, seja ele de corinthianos, palmeirenses, são-paulinos...). Pagamos o pedágio. Pagamos com um sorriso no rosto, emocionados. E fomos adiante, completamente apaixonados por essa nação que chamamos com amor de República Popular do Corinthians.
Monday, February 22, 2010
Os Três Mal-Amados
Joaquim:
O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato. O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço. O amor comeu meus cartões de visita. O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome.
O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas camisas. O amor comeu metros e metros de gravatas. O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus. O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos.
O amor comeu meus remédios, minhas receitas médicas, minhas dietas. Comeu minhas aspirinas, minhas ondas-curtas, meus raios-X. Comeu meus testes mentais, meus exames de urina.
O amor comeu na estante todos os meus livros de poesia. Comeu em meus livros de prosa as citações em verso. Comeu no dicionário as palavras que poderiam se juntar em versos.
Faminto, o amor devorou os utensílios de meu uso: pente, navalha, escovas, tesouras de unhas, canivete. Faminto ainda, o amor devorou o uso de meus utensílios: meus banhos frios, a ópera cantada no banheiro, o aquecedor de água de fogo morto mas que parecia uma usina.
O amor comeu as frutas postas sobre a mesa. Bebeu a água dos copos e das quartinhas. Comeu o pão de propósito escondido. Bebeu as lágrimas dos olhos que, ninguém o sabia, estavam cheios de água.
O amor voltou para comer os papéis onde irrefletidamente eu tornara a escrever meu nome.
O amor roeu minha infância, de dedos sujos de tinta, cabelo caindo nos olhos, botinas nunca engraxadas. O amor roeu o menino esquivo, sempre nos cantos, e que riscava os livros, mordia o lápis, andava na rua chutando pedras. Roeu as conversas, junto à bomba de gasolina do largo, com os primos que tudo sabiam sobre passarinhos, sobre uma mulher, sobre marcas de automóvel.
O amor comeu meu Estado e minha cidade. Drenou a água morta dos mangues, aboliu a maré. Comeu os mangues crespos e de folhas duras, comeu o verde ácido das plantas de cana cobrindo os morros regulares, cortados pelas barreiras vermelhas, pelo trenzinho preto, pelas chaminés. Comeu o cheiro de cana cortada e o cheiro de maresia. Comeu até essas coisas de que eu desesperava por não saber falar delas em verso.
O amor comeu até os dias ainda não anunciados nas folhinhas. Comeu os minutos de adiantamento de meu relógio, os anos que as linhas de minha mão asseguravam. Comeu o futuro grande atleta, o futuro grande poeta. Comeu as futuras viagens em volta da terra, as futuras estantes em volta da sala.
O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.
As falas do personagem Joaquim foram extraídas da poesia "Os Três Mal-Amados", constante do livro "João Cabral de Melo Neto - Obras Completas", Editora Nova Aguilar S.A. - Rio de Janeiro, 1994, pág.59.
Friday, November 21, 2008
Eu também vou reclamar.
Mas tá. Sabe quando falam que as pessoas só recorrem a Deus (ou entidade que o valha, diria Holden) quando estão precisando muito? Pois é, eu vou dar de mal-agradecida e vir aqui só pra desabafar e falar mal.
Não é nada demais, não. Foi só que mais uma vez eu dei o braço a torcer pra NET. E coloquei um filho da puta dum combo que eu pagaria, nos 4 primeiros meses, R$79,90. Então chegou a primeira parcela, eu toda feliz, achando que dessa vez eu seria responsável e pagaria tudo certinho. E aí a surpresa: 262 reais e uns quebrados. É. Dessa vez eu tinha feito tudo certinho mesmo, até avisei pra moça: olha, eu sou freelancer, não ganho fixo e não posso me comprometer a pagar mais que isso. Então tá.
Aí, depois daquela peregrinação de mil atendentes, dizendo "eu entendo senhora, mas não podemos fazer nada além de dividir esse valor em três parcelas, lamento" e eu dizendo "se você fosse comprar uma calça e na sua conta colocassem mais cinco calças, duas camisetas e um tênis e te falassem... 'olha, não podemos fazer nada além de dividir para a senhora... com juros.' você pagaria coisas que não comprou?" Ela disse que ainda assim não poderia fazer nada por mim, e que eu deveria reclamar na ouvidoria. Claaaaro que fui, mesmo me custando horas de vida e de trabalho, com meu saco esvaziando. Fiz que fiz, falei com a galera toda, e consegui: um boleto de 69 reais. É, acho que ficaram com tanto medo de mim que me deram 10 mangos de lambuja. Vamos ver como vai ser no mês que vem.
Era isso. Só vim dar uma reclamadinha mesmo e avisar pra vocês irem atrás, mesmo sendo um pé no saco, porque a gente não pode continuar sendo otário desses caras e pagar por coisas que nem pediu nem usou. E prometo que assim que der ou que eu quiser, volto pra contar de mim. Saudades de todos.
Só um último comentário irônico que me ocorreu e que eu queria taaaaaanto falar para o senhor dono da Net:
Na Sibéria não tem nada disso.
Wednesday, December 05, 2007
Agora eu estou aqui, ó:
Pois é, amigos. Agora é lá que vocês me encontram. Mas não esperem ver minhas covinhas sorridentes fazendo pose: eu quis começar algo novo para uma idéia que eu sempre namorei: fotos de filmes que eu amo, com meus trechos ou falas favoritos. Lá eu vou falar pela voz de diretores, roteiristas e atores que admiro, e assinar em baixo. Mesmo porque falar com a própria voz dá muita dor de cabeça. Foi bom, bem bom, e o blog fica aqui, pra história, ou pra quem sabe um dia ser retomado, um dia em que eu volte a ter gosto em expôr a vida pela minha ótica e pelas minhas singelas palavras agridoce. Ah, sim, aproveitando o ensejo: não bloqueei ninguém do msn, mas ele anda esquecido no meio das teias do meu PC, não entro mais. E orkut..bom, eu ainda estou lá, mas cada vez menos.
Bacci, queridos, com saudade.
E olha o link aí, gente:
www.fotolog.com/lifeismovie
Friday, July 13, 2007
Da moradia dele.
- Não preciso de muito espaço, pode ser na estante, no meio dos livros, entre os cds ou na cadeira vermelha com um buraco de cigarro no assento. Pode ser no criado mudo, ao lado do telefone. Ou aqui também, debaixo do edredom rosa. Posso?
Eu pensei um tanto. Não que precisasse decidir se queria ou não. É que eu moro aqui, mas nada disso me pertence. Então falei:
- O único lugar que tenho de verdade é esse aqui, dentro do meu pijama.
E é lá que ele mora agora.
Wednesday, July 11, 2007
Hoje.
Tuesday, June 19, 2007
Sobre o rapaz que toca violão

Eu poderia dizer que desde que ele chegou na vida da moça, o azul do céu não era mais cinza, e se fosse, ela agora adorava a cor do chumbo. E depois da chegada dele, ela olhava para o céu, sorria, e respondia ao insistente chamado do 'blues': "Pode até tentar me derrubar, que eu afirmo, em bom português:
Um texto de nada, só para dizer que do seu lado eu sou alguém tão melhor, que nem eu mesmo me sabia capaz...
Thursday, June 14, 2007
A razão do meu sorriso largo.
E tem motivo pra sorrir largo, claro que tem.
Três lindos motivos numa simples foto, vejam só. Tá certo que eu sou assim, riso frouxo mesmo. Mas prestem atenção nesta foto, não tinha como ser diferente:
Eu e minhas três formas de amar:
amor que nasceu com ela, dos laços sanguíneos que unem eternamente eu e minha bonequinha Iaiá;
amor de amigo ímpar, amigo que só o Vi sabe ser, construído através dos anos e consolidado no que veio pra ficar;
e amor de homem da sua vida, e quando o Thi me deu a mão, eu sabia que seria assim, pra sempre do lado dele.
E assim eu quero minha vida, do lado deles.
Na foto: Paola [primutcha amada, pra todas as horas], eu [achando que tava na década de 60], Victor [se fazendo de vesguinho] e Thiago [mais conhecido como 'meu namorado só meu nem vem que não tem', beijando meu cucuruto].
Thursday, May 10, 2007
Diário de um vencido
Quando não se acredita neles,
Deixam de existir.
Lutei por sua alma, mas...
Admito que perdi.
(Paulinho, o Moska, me traduzindo quando nem eu sei que língua eu falo).
Wednesday, May 09, 2007
A Seta e o Alvo
Eu falo de amor à vida,
Você de medo da morte.
Eu falo da força do acaso
E você de azar ou sorte.
Eu ando num labirinto
E você numa estrada em linha reta.
Te chamo pra festa,
Mas você só quer atingir sua meta.
Sua meta é a seta no alvo,
Mas o alvo, na certa, não te espera.
Eu olho pro infinito
E você de óculos escuros.
Eu digo: "Te amo!"
E você só acredita quando eu juro.
Eu lanço minha alma no espaço,
Você pisa os pés na terra.
Eu experimento o futuro
E você só lamenta não ser o que era.
E o que era?
Era a seta no alvo,
Mas o alvo, na certa, não te espera.
Eu grito por liberdade,
Você deixa a porta se fechar.
Eu quero saber a verdade
E você se preocupa em não se machucar.
Eu corro todos os riscos,
Você diz que não tem mais vontade.
EU ME OFEREÇO INTEIRO
E VOCÊ SE SATISFAZ COM METADE.
É a meta de uma seta no alvo,
Mas o alvo, na certa não te espera!
Então me diz qual é a graça
De já saber o fim da estrada,
Quando se parte rumo ao nada?
Sempre a meta de uma seta no alvo,
Mas o alvo, na certa, não te espera.
Então me diz qual é a graça
De já saber o fim da estrada,
Quando se parte rumo ao nada?
Monday, May 07, 2007
Pascaringundum!

(Tom Zé, brinca falando bem sério, e bate papo com o Arnesto, [que nos convidou, nóis fumo má num encontremo ninguém!] na música "A volta do trem das onze".
PS: Na cena, o deputado Josias Quintal (PSB-RJ), exausto do próprio ócio, dorme nos fundões do plenário da Câmara como se desfrutasse da sombra de uma árvore do quintal de casa.(surrupiado do blog do Josias de Souza, da folha online, em 02/08/2006
E assim começa...
Two households, both alike in dignity,
In fair Verona, where we lay our scene,
From ancient grudge break to new mutiny,
Where civil blood makes civil hands unclean.
From forth the fatal loins of these two foes
A pair of star-cross'd lovers take their life;
Whose misadventured piteous overthrows
Do with their death bury their parents' strife.
The fearful passage of their death-mark'd love,
And the continuance of their parents' rage,
Which, but their children's end, nought could remove,
Is now the two hours' traffic of our stage;
The which if you with patient ears attend,
What here shall miss, our toil shall strive to mend.
Só porque mês passado comemoramos o aniversário do querido Will, e eu nem coloquei um post-homenagem. E quem sou eu pra falar do cara que ajudou a criar a língua inglesa, que transformou o teatro e certamente mudou milhares de vidas? Deixei pra ele essa tarefa. E com as palavaras dele, a mais bela homenagem. Aqui vai, então.
Viva Shakespeare!
(Fiquei entre o prólogo de Romeu e Julieta e o soneto "Shall I compare thee to a Summer's day", que eu amo e também é bem famoso. Mas, já que Shakespeare é um clássico, optei pelo seu grande clássico).
Saturday, April 28, 2007
Le goût des petits plaisir

E me diz...como posso me achar no direito de ser minimamente infeliz?
Todo mundo é lobo por dentro
Você me disse que eu sou petulante, né?
Acho que sou sim, viu?
Como a água que desce a cachoeira
e não pergunta se pode passar
Você me disse que o meu olho é duro como faca
Acho que é sim, viu?
Como é duro o tronco da mangueira
onde você precisa encostar
Você me disse que eu destruo sempre
a sua mais romântica ilusão
E que destruo sempre com a minha palavra
o que me incomodou, acho que é sim!
Como fere e faz barulho o bicho que se machucou, viu?
Como fere e faz barulho o bicho que se machucou...
(Porque eu sempre adorei essa música. Mas agora, com esse Hermann Hesse me virando a cabeça, tá dose).
A figura é de uma das edições de "O lobo da estepe", de Hermann Hesse. Incrível.
Friday, April 27, 2007
Das [in]conveniências.

Fecha a luz, apaga a porta...
Vem me carinhar.
Diz aí pra minha tia que eu fui viajar.
Diz que fui pra Nova Iorque, ou pra Bagdá...
E que isso não é hora de telefonar!
Foto gentilmente roubada da minha irmã amada, Karlinha, que eu não sei em que situações tirou essa fotografia [exijo explicações, como mana mais velha].
Música gentilmente escrita pelos irmãos Ramil, [queridos toda vida].
E tema de romance gentilmente retirado dos meus arquivos confidenciais, letra P [é, P de Pablo, que vai emprestar nossa música pra eu me divertir em outros cantos, porque sei que ele é um bom rapaz, e sabe dividir].
Conversa entre desencaixados, perdidos nessa cosmo[s]pólis:
- Oi, querida.
- Oi, querido, que surpresa boa.
- Tudo bem?
- Tudo, e com você?
- Ah, comigo tudo bem, também.
- Na verdade, eu não estava muito bem, sab...
- É, eu também não estou nada bem!
[porque a gente tenta se adaptar, mas é lobo perdido da matilha, perambulando ofuscado entre matizes de cinza]
PS: O querido não vai ter nome aqui, mas se reconhece rapidinho, né? É.
Thursday, April 26, 2007
Um dia a menos, um crime a mais...
No fundo
No fundo...
tanto faz.
[Paralamas, e esse caminho já demasiadamente pisado]
Exilada
Não, é verdade, não importava quem era humano, quem era animal. Ela só percebia que era diferente daquela multidão que passava freneticamente por ela, entre postes, avenidas, buzinas e concretos. Pernas de todas as cores, pernas drummonianas. Não importavam as pernas, nem todo o resto que vinha com elas, passando correndo morrendo ali, do lado dela, quase por cima dela. Ela estava oca. E irremediavelmente sozinha.
Monday, April 23, 2007
Badaladas do louco [ou talvez fosse só eu]
"In Liverpool, on Sunday
No reason to even remember you now
Except for the boy in the belfry
He's crazy, he's throwing himself
Down from the top of the tower
Like a hunchback in heaven
He's ringing the bells in the church
For the last half an hour
He sounds like he's missing something
Or someone that he knows he can't have now,
And if he isn't, I certainly am"
(In Liverpool, Suzanne Vega)
Saturday, March 31, 2007
Ai, Pessoa...
Thursday, March 22, 2007
Pra não dizer que não estive aqui.
Tuesday, February 13, 2007
Eu não sei na verdade quem eu sou
Eu não sei na verdade quem eu sou
Meninas... são bruxas e fadas
Eu não sei na verdade quem eu sou
Descobrir de onde veio a vida
Velhinhos são crianças nascidas faz tempo
Thursday, February 08, 2007
A PENA...

(Milton Nascimento e Fernando Brant)
Ê vida, vida, que amor brincadeira, à vera
Tuesday, February 06, 2007
Sobre a teoria da evolução das espécies...
Tá, Charles, acho que você errou um tantinho de nada. Mas tudo bem, ninguém é perfeito. NINGUÉM mesmo.
[mas o Bush exagerou na dose].
Thursday, February 01, 2007
Sobre o meu primeiro dia de academia
Wednesday, January 31, 2007
VAI COMEÇAR A BRINCADEIRAAA!
Tem charanga tocando a noite inteira
Vem, vem, vem ver o circo de verdade
Tem, tem, tem picadeiro e qualidade
Faço versos pro palhaço que na vida já foi tudo
Tuesday, January 30, 2007
Do ventre nasce um novo coração...
Friday, January 26, 2007
Wednesday, January 24, 2007
Venha até São Paulo
Venha até São Paulo
Amor
Tuesday, January 23, 2007
Sunday, January 21, 2007
Queremos ser...

Mr. Hyde queria ser a faca, e Dr. Jekyll, o ferimento!!
Dr. Henry Jekyll: It was the only way he could devise to set you free. It was inevitable from the moment I found how to achieve what I'd always wanted; to be the knife as well as the wound. Would you have ever forgiven me? I wanted the night, you see. And here it is...
Ele queria parar no andar 7 e meio e enfim, tornar-se John Malkovich.
Craig Schwartz: You see the world through John Malkovich's eyes. Then after about 15 minutes, you're spit out into a ditch on the side of the New Jersey Turnpike!
E as mulheres desse mundo querem... uma noite louca com alguém impetuoso como John Malkovich e um amor eterno com um companheirão romântico, como o John Cusack.
PS: Sobre Jekyll/Hyde - para quem não os conhece, leia "O médico e o Monstro". Ou assista o maravilhoso John Malkovich interpretando ambos, a faca e o ferimento (duas personalidades num mesmo e expressivo rosto), virando a cabeça de uma sombria Julia Roberts em "O segredo de Mary Reilly".
Friday, January 19, 2007
A menina que amava tulipas

Tuesday, January 16, 2007
Túmulo do quê?

Saturday, January 13, 2007
Contrasenso

Paulinho Moska
Um cara saiu de dentro do espelho
E o cara tinha a minha cara
Vestia um casacão de couro, que era exatamente a roupa que eu usava
Me olhava, como que me conhecendo, eu estranhei... e ele me examinava
Mas não se movimentava do jeito que eu me mexia
Ele nem pensava o que minha mente queria
Ele era meu igual, só que diferente...
Meu irmão gêmeo, mas não era meu parente
(Ele me disse:)
Eu vou gritar
Antes de sentir a dor
O telefone vai tocar
Depois que eu disser ALÔ
Você vai me agradecer
Antes do presente chegar
E eu só vou me convencer
Depois que você concordar
Que eu não quero a ordem natural das coisas
Não quero mais a ordem natural
Não quero mais a ordem, não me leve a mal
Não quero mais o natural
O sol tinha que nascer
Antes da noite terminar
E eu só ligaria a tv
Depois que ela saísse do ar
Os dias demorariam um século pra passar
(Ah! Isso que é viver!)
O pior de tudo é saber
Daquilo que está prestes a acontecer
Eu não quero a ordem natural das coisas
Não quero mais a ordem natural
Não quero mais a ordem, não me leve a mal
Não quero mais o natural.
***Porque em 1997 eu comprei esse CD e me apaixonei profundamente. E a cada dia, admiro mais esse cara.
Friday, January 12, 2007
O futuro já começou

É, seu Calil. Aprontou com a gente, e fez sua neta vir assim, com essa cara de turquinha. Mais uma geração com sua cara, só pra ninguém te esquecer (como se isso fosse possível). Cloê, nossa caçulinha, que faz um bando de marmanjos ficar com cara de bobo, falando que nem bobo, chorando e rindo, que nem bobo. Obrigada por isso, princesa.
Thursday, January 11, 2007
Bem-vinda
***Mila, que tá tãaaao babona que adorou ficar pra titia.
Quarta-feira, 10 de Janeiro de 2007
Wednesday, January 10, 2007
Thursday, January 04, 2007
Amigos: Estados...de alma

De Santa Catarina eu quero um passeio em Blumenau pela manhã, um fim de tarde caminhando pela Joaquina, uma noite de festa, daquelas promovidas pelo Fábio e uma madrugada inteira ouvindo as maluquices do Michel.
Do Paraná quero uma visita à Ópera de Arame, um show bem massa no Parque das Pedreiras e um relax na Ilha do Superagüi. Quero encher de beijo o Davi, que tá lá na barriga da prima Xã. Um passeio de carro com Dudú, Rô Lemos e Rapha. E ainda paro para ouvir um poema do poeta profeta, o menino azul, o menino do sul: Airton Polak.
De São Paulo eu quero encurtar distâncias, e trazer para a esquina da minha casa Piracicaba, Campinas, São José dos Campos, Batatais e ABC. E aí eu terei Max, Dani Tangerine, Daniel, Carol Yin, João Guilherme, Budie filhota, Dani Picachu e todos os Radiofônicos aqui, de vizinhos.
Do Rio de Janeiro eu quero o sol se pondo no Arpoador, quero a vista do Corcovado, quero Copacabana, princesinha do mar. Quero uma escapadinha pra Búzios, quero uma noitada na Lapa. Quero a melodia do Clóvis, querido, quero a sátira da Carol cunhadinha, quero o colorido de Carolina Caracol dando voltas por meu coração, quero o Vermelho-tangerina da Dani (em Pira, no Rio...), a flor no cabelo da Carmô, a Petrópolis gelada, linda, colonial e silenciosa do Diogo, as imagens em movimento do Zezones.
De Espírito Santo eu não conheço nada, mas passo em Vitória exclusivamente pra tomar o famoso café da manhã do Pablito, ouvir seus cds do Chico, conversar sobre como somos iguais, sobre Deus, sobre a criação de Deus, sobre Humberto Gessinger, sobre os dez anos que ele me atura.
E termino na Bahia, pra ter suíngue, malemolência, batuque, cocada. Pra deitar numa rede, passar uma tarde em Itapuã, esquecer do mundo. Me deliciar no sotaque do Igor Penna, ou simplesmente "o Igo, de Tânia"(assim, sem pronunciar o "r"). E, antes de voltar pra realidade, um beijinho na tia Mara, maninha do meu pai, e no primo baiano mais querido desse mundo, o Alê, que liga em meados de junho pra dizer: "Ô prima, venha passar São João conosco?"
***Ah, e se não for pedir demais: Junta a Londres do Waltinho e Barcelona da Laly aquizinho, com o estado de SP?
PS: Beijos, queridões.
Fragmentos sobre pessoas fragmentadas
Amigo: Que foto é essa?
Amigo: Sim sim... mas meio triste não?
Eu: É...por isso que é bonita,oras.
Amigo: Só as coisas tristes são belas?
Eu: Não...mas no caso, essa é bonita porque dá uma coiiisa.
Amigo: Que coisa?
Eu: Hihi...cê tá estranho hoje.
Amigo: Por quê? rs. Só quero saber o que você acha da foto. Porque para mim, essa é uma foto suicida, não acha?
Eu: Não, eu não pensei nisso, pensei em alguém pedindo pra ser ferido. Mostrando o caminho ao mundo.
Amigo: Exato...alguem pedindo pra ser ferido.
Eu: Precisando da dor...só isso.
Amigo: Porque ninguem conseguiu feri-lo ainda! Apesar de tentarem!
Eu: Não digo necessariamente dor física. Mas só sentir algo.
Eu: Hehe...to não...tá de bom tamanho já! Mas vez em quando eu procuro por ela, você bem sabe, né?
Amigo: É, eu imagino!
Eu:
Eu durmo até não aguentar mais. Mas eu não recomendo que você faça isso. Ah, eu também me agarro nas pessoas com todas as forças, até me acoplar e viver a vida delas. É uma forma de se anular, de não precisar decidir por você e pela sua vida. E isso eu recomendo menos ainda.
Wednesday, January 03, 2007
Exótica
Homem

Caetano Veloso
Não tenho inveja da maternidade
nem da lactação
não tenho inveja da adiposidade
nem da menstruação
só tenho inveja da longevidade
e dos orgasmos múltiplos
eu sou homem
pele solta sobre o músculo
eu sou homem
pêlo grosso no nariz
não tenho inveja da sagacidade
nem da intuição
não tenho inveja da fidelidade
nem da dissimulação
só tenho inveja da longevidade
e dos orgasmos múltiplos
Saturday, December 30, 2006
In vino, veritas
A taça de vinho;
No vinho, a verdade;
***Imagem lindíssima, não? Foi ela que me inspirou a escrever esse textinho. Foi gentilmente roubada daqui: