Wednesday, March 28, 2012

“Eu é que não me sento no trono de um apartamento com a boca escancarada, cheia de dentes, esperando a morte chegar”...

Tenho que confessar que sou noveleira de carteirinha. Aliás, sou amante da ficção. Amo filmes, amo tevê, amo me envolver em histórias que não são minhas, adoro o amor complicado e, principalmente, o happy ending. Sou uma sonhadora. E embora “viver seja melhor que sonhar”, eu acho que quem não sonha já morreu. Mas ando sentindo ultimamente nas novelas uma predileção pelos personagens ruins, sem escrúpulos. Não pessoas normais, boas e ruins ao mesmo tempo, ou pessoas com vidas complicadas. Gente ruim de graça mesmo. Não sei se sempre foi assim e eu é que ando mais sensível, mas o fato é que tem me dado no saco ver novela. Ser bom é ser feliz só no final? Ser uma pessoa legal é sinônimo de ser chato, sem conteúdo? Eu tenho até alguns vilões queridos, daqueles que a gente torce a favor. Mas esses vilões de agora, que vivem pela inveja e pela vingança, que acabam se perdendo na própria desgraça e terminam a novela dando tchauzinho pelo vidro do carro... Eles não são mais aqueles vilões deliciosos do passado. Nada têm de semelhante com o Jack Nicholson ou com a Bette Davis. O que me vem à cabeça é que as pessoas cansaram de ser legais. No país da Lei de Gerson, todo mundo adora levar vantagem, tirar uma casquinha e furar a fila. Eu mesma conheço pessoas que só gostam dos 'amigos' que não estão nem aí... Acham que quem dá valor demais à amizade é 'baba-ovo'. Infelizmente, vi mais de uma vez pessoas se surpreenderem com um gesto de carinho e ficarem impassíveis com um gesto de violência. Não sei se vivo na época errada, no país errado... ou se a errada sou eu. Mas a verdade é que existem motivos para acreditar. Eu ainda vejo pessoas, aqui e ali, que me fazem ter fé na humanidade. Ser bom não é ser bobo. Ser bom é acreditar. É querer acreditar, achar bonito acreditar. Ser bom é achar que bobo mesmo é quem vive duvidando, pois quem duvida, na verdade, acha que não merece o crédito da confiança. Eu acredito, porque mereço. E você?

Tuesday, December 06, 2011

Dia de luto e glória.

Sim, eu sou daquelas garotas que adoram futebol. Que já negaram um jantar romântico para ir a uma partida. Posso até dizer que sou pé quente, pelas poucas vezes que estive no estádio. E sou corinthiana. Roxa. Branca e preta, com estrelinhas amarelas. Herdei do meu pai, do meu avô. E como foi bonito o futebol no tempo deles. Eles são do tempo em que se podia ter um físico qualquer para ser jogador, sabia? Mas tinha que ser bom, tinha que ter raça, tinha que ter brilho nos olhos. Eles são do tempo em que futebol se fazia por amor, em que se ganhava pouco e se esforçava o dobro. Mas esse futebol não existe mais. Bem da verdade, também não existem mais homens como foram meu pai, meu avô e os jogadores de suas épocas.

Ainda assim, principalmente no Brasil, amor ao time não se explica. Pode ficar 23 anos na fila, pode ficar sem um título da Libertadores, pode até jogar feio. Amor ao time, principalmente quando esse time é sinônimo de povo brasileiro, como é o Corinthians, é de graça. É em qualquer tempo. E quando cai pra segundona, quando é eliminado da Libertadores, quando sofre um gol... gritamos ainda mais forte, batemos no peito orgulhosos de sermos para sempre seus súditos. A adversidade nos dá força, nos dá mais carinho ainda pelo nosso time. E claro, se conseguimos marcar um gol, se conseguimos, como domingo, conquistar um título brasileiro, dentro de um campeonato tão regular... A gente comemora, a gente vai às ruas, a gente beija a bandeira. Comigo não foi diferente (e acredito que nunca será). Ainda que eu ande desacreditada do "mercado" que virou o futebol, ainda que eu torça o nariz para os jogadores cada vez mais bombados, ainda que eu sinta uma saudade imensa de quando o futebol era jogado na raça, com dez, até onze caras correndo pra ganhar, pra fazer bonito... eu continuo amando futebol.

Mas nesse domingo foi diferente. Esse domingo foi um daqueles outros dois ou três domingos em que o Brasil acordou com a notícia que ninguém quer dar. Ele, o Magrão, se foi. No sábado, quando li que ele respirava por aparelhos, senti aquele frio na espinha. Eu já havia sentido aquilo com o meu corinthiano fanático. Não eram boas notícias. Quando minha mãe disse: "Ai filha, você viu?"... eu disse "Não". Eu não havia visto, mas eu já sabia. Nosso doutor não aguentou. Nosso doutor escolheu o dia, um dia que fosse bom para a sua nação, um dia em que começaríamos e terminaríamos chorando... e se foi.

Eu, criada entre corinthianos, o amava. Eu o amava só de ver nos VTs, eu o amava porque as pessoas que eu amo o amavam. Eu o amava com a multidão, eu o amava sem saber porquê, como se ama seu time de coração.

Há alguns anos, me aprofundando pela história daquele Brasileiro de alma e sobrenome, eu entendia o motivo. O futebol foi só o meio de aquele cara chegar às massas e dizer o que veio dizer. Aquele cara destoando dos esportistas, aquele cara franzino, que se formou médico, que chutava de calcanhar não por genialidade (dizia ele), mas pela velocidade que aquele passe dava para alguém que não tinha porte atlético, como ele.

Ele não veio para cá à toa, não foi jogar no time com a torcida mais democrática do Brasil só pelo futebol... ele veio começar uma revolução. Ele veio, como outras personalidades raras deste país, pedir a nossa voz. Lembrar que tínhamos voz. E até o fim da vida, embora um pouco mais cético, ele lutou e acreditou em tudo o que dizia.

Foi por isso que eu e o Brasil acordamos mais tristes neste domingo. Foi por isso que eu me arrepiei quando eu vi aquele estádio com o braço direito levantado, punho cerrado, fazendo uma homenagem para aquele cara que comecei a amar sem motivo e aprendi a admirar cada dia mais.

O jogo que se seguiu, o jogo que nos deu o título, foi tenso. Como ouvi por aí, quem dera aquele um minuto de silêncio fosse trocado por um minuto, ou só alguns segundos, de passes geniais. Foi um jogo nervoso, mas sem grandes momentos. Foi um jogo regular, como foi toda a campanha do meu Corinthians. Não tiro o mérito, penso até que se aprendêssemos com o Tite a ter essa calma no cotidiano... viveríamos melhor. Mas às favas com o equilíbrio. Era uma final de campeonato, e a gente queria ver gol. Não viu.

O Palmeiras, que ficou apagado durante o Brasileirão, resolveu jogar. E a ordem lá de cima, visivelmente, foi segurar o resultado. Se teve algo ali fora do protocolo, foi a provocação 'a la Valdívia' que o Jorge Henrique aprontou. E a gente já sabe (né, Edilson?) que fazer isso num momento daqueles não é exatamente uma decisão acertada. Mas vá lá, se a gente esperava algum show na final, foi esse.

O jogo acabou e eu fiquei ali, em estado letárgico, feliz pelo meu time, mas ainda esperando o 'espetáculo'. Deveria ter me acostumado ao novo futebol, onde espetáculo só acontece às vezes (geralmente lá no Santos, tenho que admitir). E então fiquei ali, pentacampeã brasileira, com todo o amor que tenho pelo Corinthians, esperando a euforia vir. Não veio.

Aliás, veio sim... depois. Quando saí pelas ruas, e vi o povo. Aquele povo que o Sócrates amava, por quem ele vencia a timidez e falava ao microfone. Ali eu descobri porque eu ainda sou apaixonada pelo meu time, ali eu me reconheci. Acenamos para os torcedores felizes, e recebemos uma 'bandeirada' (o pedágio que qualquer carro passando por ali teve que pagar, seja ele de corinthianos, palmeirenses, são-paulinos...). Pagamos o pedágio. Pagamos com um sorriso no rosto, emocionados. E fomos adiante, completamente apaixonados por essa nação que chamamos com amor de República Popular do Corinthians.

Monday, February 22, 2010

Os Três Mal-Amados

João Cabral de Melo Neto


Joaquim:

O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato. O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço. O amor comeu meus cartões de visita. O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome.

O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas camisas. O amor comeu metros e metros de gravatas. O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus. O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos.

O amor comeu meus remédios, minhas receitas médicas, minhas dietas. Comeu minhas aspirinas, minhas ondas-curtas, meus raios-X. Comeu meus testes mentais, meus exames de urina.

O amor comeu na estante todos os meus livros de poesia. Comeu em meus livros de prosa as citações em verso. Comeu no dicionário as palavras que poderiam se juntar em versos.

Faminto, o amor devorou os utensílios de meu uso: pente, navalha, escovas, tesouras de unhas, canivete. Faminto ainda, o amor devorou o uso de meus utensílios: meus banhos frios, a ópera cantada no banheiro, o aquecedor de água de fogo morto mas que parecia uma usina.

O amor comeu as frutas postas sobre a mesa. Bebeu a água dos copos e das quartinhas. Comeu o pão de propósito escondido. Bebeu as lágrimas dos olhos que, ninguém o sabia, estavam cheios de água.

O amor voltou para comer os papéis onde irrefletidamente eu tornara a escrever meu nome.

O amor roeu minha infância, de dedos sujos de tinta, cabelo caindo nos olhos, botinas nunca engraxadas. O amor roeu o menino esquivo, sempre nos cantos, e que riscava os livros, mordia o lápis, andava na rua chutando pedras. Roeu as conversas, junto à bomba de gasolina do largo, com os primos que tudo sabiam sobre passarinhos, sobre uma mulher, sobre marcas de automóvel.

O amor comeu meu Estado e minha cidade. Drenou a água morta dos mangues, aboliu a maré. Comeu os mangues crespos e de folhas duras, comeu o verde ácido das plantas de cana cobrindo os morros regulares, cortados pelas barreiras vermelhas, pelo trenzinho preto, pelas chaminés. Comeu o cheiro de cana cortada e o cheiro de maresia. Comeu até essas coisas de que eu desesperava por não saber falar delas em verso.

O amor comeu até os dias ainda não anunciados nas folhinhas. Comeu os minutos de adiantamento de meu relógio, os anos que as linhas de minha mão asseguravam. Comeu o futuro grande atleta, o futuro grande poeta. Comeu as futuras viagens em volta da terra, as futuras estantes em volta da sala.

O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.


As falas do personagem Joaquim foram extraídas da poesia "Os Três Mal-Amados", constante do livro "João Cabral de Melo Neto - Obras Completas", Editora Nova Aguilar S.A. - Rio de Janeiro, 1994, pág.59.

Friday, November 21, 2008

Eu também vou reclamar.

Porque faz um tempão que eu não postava nada aqui, porque tô sem criatividade e tempo e dinheiro e (o mais importante, amigos!) tô aqui sendo tão feliz vivendo que não tenho tido saco e tempo pra escrever.
Mas tá. Sabe quando falam que as pessoas só recorrem a Deus (ou entidade que o valha, diria Holden) quando estão precisando muito? Pois é, eu vou dar de mal-agradecida e vir aqui só pra desabafar e falar mal.

Não é nada demais, não. Foi só que mais uma vez eu dei o braço a torcer pra NET. E coloquei um filho da puta dum combo que eu pagaria, nos 4 primeiros meses, R$79,90. Então chegou a primeira parcela, eu toda feliz, achando que dessa vez eu seria responsável e pagaria tudo certinho. E aí a surpresa: 262 reais e uns quebrados. É. Dessa vez eu tinha feito tudo certinho mesmo, até avisei pra moça: olha, eu sou freelancer, não ganho fixo e não posso me comprometer a pagar mais que isso. Então tá.

Aí, depois daquela peregrinação de mil atendentes, dizendo "eu entendo senhora, mas não podemos fazer nada além de dividir esse valor em três parcelas, lamento" e eu dizendo "se você fosse comprar uma calça e na sua conta colocassem mais cinco calças, duas camisetas e um tênis e te falassem... 'olha, não podemos fazer nada além de dividir para a senhora... com juros.' você pagaria coisas que não comprou?" Ela disse que ainda assim não poderia fazer nada por mim, e que eu deveria reclamar na ouvidoria. Claaaaro que fui, mesmo me custando horas de vida e de trabalho, com meu saco esvaziando. Fiz que fiz, falei com a galera toda, e consegui: um boleto de 69 reais. É, acho que ficaram com tanto medo de mim que me deram 10 mangos de lambuja. Vamos ver como vai ser no mês que vem.

Era isso. Só vim dar uma reclamadinha mesmo e avisar pra vocês irem atrás, mesmo sendo um pé no saco, porque a gente não pode continuar sendo otário desses caras e pagar por coisas que nem pediu nem usou. E prometo que assim que der ou que eu quiser, volto pra contar de mim. Saudades de todos.

Só um último comentário irônico que me ocorreu e que eu queria taaaaaanto falar para o senhor dono da Net:

Na Sibéria não tem nada disso.

Wednesday, December 05, 2007

Agora eu estou aqui, ó:




Pois é, amigos. Agora é lá que vocês me encontram. Mas não esperem ver minhas covinhas sorridentes fazendo pose: eu quis começar algo novo para uma idéia que eu sempre namorei: fotos de filmes que eu amo, com meus trechos ou falas favoritos. Lá eu vou falar pela voz de diretores, roteiristas e atores que admiro, e assinar em baixo. Mesmo porque falar com a própria voz dá muita dor de cabeça. Foi bom, bem bom, e o blog fica aqui, pra história, ou pra quem sabe um dia ser retomado, um dia em que eu volte a ter gosto em expôr a vida pela minha ótica e pelas minhas singelas palavras agridoce. Ah, sim, aproveitando o ensejo: não bloqueei ninguém do msn, mas ele anda esquecido no meio das teias do meu PC, não entro mais. E orkut..bom, eu ainda estou lá, mas cada vez menos.

Bacci, queridos, com saudade.

E olha o link aí, gente:
www.fotolog.com/lifeismovie

Friday, July 13, 2007

Da moradia dele.




Então ele, que adora as pequeninices...resolveu que iria morar no meu quarto.


- Não preciso de muito espaço, pode ser na estante, no meio dos livros, entre os cds ou na cadeira vermelha com um buraco de cigarro no assento. Pode ser no criado mudo, ao lado do telefone. Ou aqui também, debaixo do edredom rosa. Posso?


Eu pensei um tanto. Não que precisasse decidir se queria ou não. É que eu moro aqui, mas nada disso me pertence. Então falei:


- O único lugar que tenho de verdade é esse aqui, dentro do meu pijama.


E é lá que ele mora agora.

Wednesday, July 11, 2007

Hoje.


É que hoje resolvi te ligar e te chamar para fazer alguma coisa.


Qualquer coisa, desde que fosse comigo. Desde que fosse de hoje até o fim de todos os dias de todos os calendários de todos os papéis de todas as árvores cortadas para que nos papéis fossem escritos os dias dos meses dos anos todos que quero passar do teu lado.


E só de pensar nisso me deu vontade de plantar um bilhão de árvores.


Por dia.

Tuesday, June 19, 2007

Sobre o rapaz que toca violão


Ele podia ter saído de um quadro de Picasso. A fase azul de Picasso.
Azul é uma palavra interessante. Em inglês, I feel blue, I don't have you, e tudo é tão deprimente. E certamente assim parecia a vida, antes que ela tivesse a sorte de topar com o rapaz de olhos tristes e coração inquieto. Sim, o rapaz que toca violão.
Não que fosse uma topada: o encontro das duas almas foi algo sutil como o esqueleto de uma borboleta, embora o sentimento detonado pela troca de olhares fosse voraz como os movimentos quase que epiléticos de suas asas, tentando sobreviver ao vento que anuncia o início da primavera.
Ele podia ter saído de uma música do Bob Dylan. Olhando bem ele poderia até ser um filho perdido dele, com aqueles cabelos revoltosos e cheios. Mas ela olhava para ele e só imaginava canções de amor com final feliz, daquelas que eles nem costumam ouvir.
Dizia que o beijo dele tinha intenção de orquestra sinfônica, com batidas aceleradas e compassadas, o sobe-e-desce de uma Carmina Burana, todas as estações dentro daquele abraço...mas isso não tem nada a ver com Vivaldi. Estamos falando é do rapaz que toca violão.
Muito poderia ser dito sobre o rapaz que toca violão. Eu poderia dizer que ele toca mais uma meia dúzia de instrumentos, conhece tudo de música, além de cantar de um jeito que estremece a alma e arrepia até o tecido epitelial. Que ele pinta com uma expressividade ímpar. Que ele diverte a moça falando sobre qualquer assunto. Que ele "se veste de um jeito tão lindo que eu só consigo pensar em arrancar sua roupa", como ela me confidencia, num sorriso de criança sapeca.
Eu poderia dizer que desde que ele chegou na vida da moça, o azul do céu não era mais cinza, e se fosse, ela agora adorava a cor do chumbo. E depois da chegada dele, ela olhava para o céu, sorria, e respondia ao insistente chamado do 'blues': "Pode até tentar me derrubar, que eu afirmo, em bom português:
"Comigo está tudo azul, meu senhor. Comigo e com o rapaz. Sim, o rapaz de olhos tristes e coração inquieto, que toca violão. Que pintou minha vida de cores que eu nem sabia que existiam. O rapaz que veio, me deu a mão, e levou com ela todo o resto de mim".

Um texto de nada, só para dizer que do seu lado eu sou alguém tão melhor, que nem eu mesmo me sabia capaz...
FELIZ ANIVERSÁRIO, AMOR DA MINHA VIDA.

Thursday, June 14, 2007

A razão do meu sorriso largo.

[Mila, um pedaço de gente, cercado de amor por todos os lados].


E tem motivo pra sorrir largo, claro que tem.
Três lindos motivos numa simples foto, vejam só. Tá certo que eu sou assim, riso frouxo mesmo. Mas prestem atenção nesta foto, não tinha como ser diferente:
Eu e minhas três formas de amar:

amor que nasceu com ela, dos laços sanguíneos que unem eternamente eu e minha bonequinha Iaiá;
amor de amigo ímpar, amigo que só o Vi sabe ser, construído através dos anos e consolidado no que veio pra ficar;
e amor de homem da sua vida, e quando o Thi me deu a mão, eu sabia que seria assim, pra sempre do lado dele.

E assim eu quero minha vida, do lado deles.

Na foto: Paola [primutcha amada, pra todas as horas], eu [achando que tava na década de 60], Victor [se fazendo de vesguinho] e Thiago [mais conhecido como 'meu namorado só meu nem vem que não tem', beijando meu cucuruto].

Thursday, May 10, 2007

Diário de um vencido

Sonhos são como deuses:
Quando não se acredita neles,
Deixam de existir.

Lutei por sua alma, mas...
Admito que perdi.

(Paulinho, o Moska, me traduzindo quando nem eu sei que língua eu falo).

Wednesday, May 09, 2007

A Seta e o Alvo

[MOSKA]

Eu falo de amor à vida,
Você de medo da morte.
Eu falo da força do acaso
E você de azar ou sorte.

Eu ando num labirinto
E você numa estrada em linha reta.
Te chamo pra festa,
Mas você só quer atingir sua meta.
Sua meta é a seta no alvo,
Mas o alvo, na certa, não te espera.

Eu olho pro infinito
E você de óculos escuros.
Eu digo: "Te amo!"
E você só acredita quando eu juro.

Eu lanço minha alma no espaço,
Você pisa os pés na terra.
Eu experimento o futuro
E você só lamenta não ser o que era.
E o que era?
Era a seta no alvo,
Mas o alvo, na certa, não te espera.

Eu grito por liberdade,
Você deixa a porta se fechar.
Eu quero saber a verdade
E você se preocupa em não se machucar.

Eu corro todos os riscos,
Você diz que não tem mais vontade.
EU ME OFEREÇO INTEIRO
E VOCÊ SE SATISFAZ COM METADE.

É a meta de uma seta no alvo,
Mas o alvo, na certa não te espera!

Então me diz qual é a graça
De já saber o fim da estrada,
Quando se parte rumo ao nada?

Sempre a meta de uma seta no alvo,
Mas o alvo, na certa, não te espera.

Então me diz qual é a graça
De já saber o fim da estrada,
Quando se parte rumo ao nada?

Monday, May 07, 2007

Pascaringundum!

"Faz um bilhete pro governo, Arnesto. Deixa debaixo da porta do presidente, deixa debaixo da porta do Senado, deixa debaixo da porta do contra-senado, dos deputado, dos vereador, deixa debaixo da porta até do banheiro"
(Tom Zé, brinca falando bem sério, e bate papo com o Arnesto, [que nos convidou, nóis fumo má num encontremo ninguém!] na música "A volta do trem das onze".

PS: Na cena, o deputado Josias Quintal (PSB-RJ), exausto do próprio ócio, dorme nos fundões do plenário da Câmara como se desfrutasse da sombra de uma árvore do quintal de casa.(surrupiado do blog do Josias de Souza, da folha online, em 02/08/2006

E assim começa...

...a mais trágica história de amor de todos os tempos:

Two households, both alike in dignity,
In fair Verona, where we lay our scene,
From ancient grudge break to new mutiny,
Where civil blood makes civil hands unclean.

From forth the fatal loins of these two foes
A pair of star-cross'd lovers take their life;
Whose misadventured piteous overthrows
Do with their death bury their parents' strife.

The fearful passage of their death-mark'd love,
And the continuance of their parents' rage,
Which, but their children's end, nought could remove,
Is now the two hours' traffic of our stage;
The which if you with patient ears attend,
What here shall miss, our toil shall strive to mend.


Só porque mês passado comemoramos o aniversário do querido Will, e eu nem coloquei um post-homenagem. E quem sou eu pra falar do cara que ajudou a criar a língua inglesa, que transformou o teatro e certamente mudou milhares de vidas? Deixei pra ele essa tarefa. E com as palavaras dele, a mais bela homenagem. Aqui vai, então.

Viva Shakespeare!

(Fiquei entre o prólogo de Romeu e Julieta e o soneto "Shall I compare thee to a Summer's day", que eu amo e também é bem famoso. Mas, já que Shakespeare é um clássico, optei pelo seu grande clássico).

Saturday, April 28, 2007

Le goût des petits plaisir


Deitar a cabeça num travesseiro macio, abraçar o lençol e sentir cheirinho de amaciante;
Vento soprando os cabelos da menina;
Dobrinhas de bebê;
O sol batendo na fresta da janela;
Morango com calda de chocolate;
O barulho das crianças pulando na piscina num sábado ensolarado;
Um gato te ensinando tudo o que você precisa saber sobre leveza, só com seu andar;
Um cachorrinho se coçando no chão do jardim, levantando terra do chão;
O som das chuvas torrenciais de março, e depois, o cheiro quase entorpecente da dama da noite;
Abraços de urso quase que intermináveis, seguidos de beijos apaixonantes;
Pisar descalço na grama;
Carinho de avó;
O primeiro acorde da sua música preferida;
Ter milhares de músicas preferidas;
Suco de melancia num dia quente;
Peles e cheiros misturados;
Conversar na varanda;
Amigos presentes, mesmo que só na lembrança;
Sorrir pras pequenas coisas;
Ver. Ouvir. Cheirar. Provar. Tocar. Sentir.

E me diz...como posso me achar no direito de ser minimamente infeliz?

"Leite ninho com ovomaltine e um pouco d'água. Misturem isso e sejam felizes para sempre!"(Fernando Anitelli, dando a receita)
(Na foto: Donela, a boneca mais querida e Roberrrr, atrás da máscara, o palhaço, atrás do palhaço, o homem mais doce desse teatro todo)

Todo mundo é lobo por dentro

(Oswaldo Montenegro)

Você me disse que eu sou petulante, né?
Acho que sou sim, viu?
Como a água que desce a cachoeira
e não pergunta se pode passar

Você me disse que o meu olho é duro como faca
Acho que é sim, viu?
Como é duro o tronco da mangueira
onde você precisa encostar

Você me disse que eu destruo sempre
a sua mais romântica ilusão
E que destruo sempre com a minha palavra
o que me incomodou, acho que é sim!

Como fere e faz barulho o bicho que se machucou, viu?
Como fere e faz barulho o bicho que se machucou...

(Porque eu sempre adorei essa música. Mas agora, com esse Hermann Hesse me virando a cabeça, tá dose).

A figura é de uma das edições de "O lobo da estepe", de Hermann Hesse. Incrível.

Friday, April 27, 2007

Das [in]conveniências.



Fecha a luz, apaga a porta...

Vem me carinhar.

Diz aí pra minha tia que eu fui viajar.

Diz que fui pra Nova Iorque, ou pra Bagdá...

E que isso não é hora de telefonar!

Foto gentilmente roubada da minha irmã amada, Karlinha, que eu não sei em que situações tirou essa fotografia [exijo explicações, como mana mais velha].

Música gentilmente escrita pelos irmãos Ramil, [queridos toda vida].

E tema de romance gentilmente retirado dos meus arquivos confidenciais, letra P [é, P de Pablo, que vai emprestar nossa música pra eu me divertir em outros cantos, porque sei que ele é um bom rapaz, e sabe dividir].

Conversa entre desencaixados, perdidos nessa cosmo[s]pólis:

- Alô.
- Oi, querida.
- Oi, querido, que surpresa boa.
- Tudo bem?
- Tudo, e com você?
- Ah, comigo tudo bem, também.
- Na verdade, eu não estava muito bem, sab...
- É, eu também não estou nada bem!

[porque a gente tenta se adaptar, mas é lobo perdido da matilha, perambulando ofuscado entre matizes de cinza]

PS: O querido não vai ter nome aqui, mas se reconhece rapidinho, né? É.

Memórias do subsolo,

de Dostoiévski. Pra elevar a dor.

Thursday, April 26, 2007

Um dia a menos, um crime a mais...

No fundo



No fundo



No fundo...



tanto faz.
[Paralamas, e esse caminho já demasiadamente pisado]

Exilada

Quando percebeu, estava sozinha. Não que realmente estivesse, havia outros ali. Era como se estivesse em uma ilha, cercada de animais. Não que ali fosse realmente uma ilha. Talvez um dia tenha tido água, árvores quem sabe. Agora só restava asfalto, nada ali tinha alma. Asfalto e os animais. Não que fossem animais. Eram todos humanos, aqueles lá. Ela que ali era um animal. Não que realmente fosse, sempre soube que não, e no fundo desde cedo lamentara a dose extra de angústia e racionalidade (em menor grau, esta última) que a fazia diferente dos pobres coitados (?) enjaulados no zoológico. O fato é que.
Não, é verdade, não importava quem era humano, quem era animal. Ela só percebia que era diferente daquela multidão que passava freneticamente por ela, entre postes, avenidas, buzinas e concretos. Pernas de todas as cores, pernas drummonianas. Não importavam as pernas, nem todo o resto que vinha com elas, passando correndo morrendo ali, do lado dela, quase por cima dela. Ela estava oca. E irremediavelmente sozinha.

Monday, April 23, 2007

Badaladas do louco [ou talvez fosse só eu]

Andava cambaleando, pendendo para a esquerda (mesmo tonto, seguia com a alma comunista). Olhava como que não vendo. Via, mas não reconhecia o que suas retinas cansadas mostravam.
Embora tivesse passado os últimos quinze anos naquela cidade, tudo parecia novo, exatamente como no dia em que despencou de um ônibus vindo de lugar nenhum. Exatamente igual, mas com uma pequena diferença: era um novo desbotado, fumaça de gelo seco nos olhos, um novo de quem passou, mas não viveu. Ele não conseguia lembrar do motivo que o levara a sair de casa naquela manhã de sol poeirento, tampouco fazia idéia de como voltar. Passava, como que acometido de labirintite, pelas pessoas. Gente normal, de vida comum. Queria ele ter uma vida lotada de banalidades. E de coisas. Objetos, mesmo. Algo que ele pudesse tocar (há muito desistira de sentir: tocar, para ele, já bastava). Houve um tempo em que ele queria tanto fazer falta para alguém, meu Deus, uma pessoinha que fosse, ou um cachorro, alguém ou algo que precisasse de mim, como a flor solitária do planetinha do principezinho daquela história tão triste sobre amigos (não, ele estava convencido de que amigos não eram pra ele). Pensava quase que diariamente em suicídio. Tinha dias em que ele passava dormindo. Nesses, ele não pensava em suicídio, não pensava em nada. Acordava, já sem sono algum, e lembrava de Machado de Assis: dormir é um modo interino de morrer, e ele não tinha coragem pra fazer outra coisa que não dormir. Ele não via razão para ser um suicida. Nunca foi dado a desatinos heróicos. E além do mais, não tinha porque se matar. Nem por quem. Ninguém fizera mal a ele, nem bem, pra ser bem sincero. Ninguém que o deixasse com raiva. Ele sabia que só conseguiria sentir raiva de alguém que pelo menos por um instante fizesse algo por ele. Um sorriso, um abraço, e depois tchau. Mas não...ele não lembrava de ninguém. Nunca, nada. Então pra quê? Pra quem? Não havia público para o seu desfecho trágico. E ele se arrepiava todo em pensar nessas escatologias todas, os guardas arrombando sua casa, cheiro de carne podre, pele azulada, corpo inchado, e o pior de tudo: aquela gente procurando vestígios, motivos, e descobrindo que simplesmente não havia. Descobrindo, entre risinhos e olhares de pena, alguns até se reconheceriam, e mais que rapidamente tentariam disfarçar: esse aí não teve tristezas nem alegrias, não teve parentes nem amigos, não teve vida. E, andando, ele se perguntava, como alguém que não viveu pode morrer? Não sabia a resposta, mas sabia que de qualquer forma iria cheirar mal. E isso bastava para ele abortar qualquer intenção de se matar. Intenção, apenas, nem tentativa. Era um covarde, não vos disse ainda?. Um fracasso em tudo, daqueles que tentam se jogar do prédio e são amparados por um toldo, um caminhão de colchões (lixo, tenho certeza que haveria lixo embaixo do meu corpo). Não que ele fosse um grande fracasso. Um fiasco? Não. Ele não conseguiria ser grande em nada. Perdas? Nem isso: ausência de vitórias. Pensava, andava, pendia. Não entendia com continuava de pé, lembrava da gravidade, das aulas de Física no orfanato, o professor voluntário que gaguejava e suava como um porco. Lembrou de Michael Jackson, luvas e meias brancas, moonwalking numa cidade semi-deserta, semi-árida, totalmente desconhecida (não fosse pelo fato de ele acordar todos os dias ali, há quinze anos). Quis sorrir com a imagem do artista quase-branco, alguém mais bizarro que ele, mas sentiu o maxilar travar num estalo. Há anos não sorria. Quantos, uns quinze, talvez? Não. Ele não lembrava, mas era possível que nunca tivesse executado o movimento que agora quase quase. Andava. Pendia. Um barulho aleatório fez com que olhasse para o alto. Eram os sinos da igreja. E eles brilhavam tão intensamente. Ele nunca havia entrado naquela igreja, nem em outra qualquer, que se lembrasse. Mas aquela cena, os sinos tocando, seu dourado reluzindo no céu, ofuscando sua vista que nunca via nada...eles o chamavam. O homem subiu na torre da igreja. Não sabia bem o motivo, só subia, não mais pendendo, subia com firmeza, com uma ânsia que nunca sentira, como se pela primeira vez respirasse, vivesse, olhasse para as coisas e as enxergasse. Subiu, e fez que ia pular. Não pulava. Só olhava lá de cima a cidade desconhecida, pés no parapeito. Então começou a tocar os sinos. Não sabia porque fazia aquela coisa imbecil, mas tocava. Ninguém olhava pro alto, ninguém nem ouvia suas badaladas. Só eu. Eu olhei. Olhei o homem louco tocando os sinos da igreja por quase uma hora. Ele parecia sentir saudade, falta de algo, de alguém que não poderia estar ali, para quem ele não podia olhar, por mais que desse a vida por aquele olhar. Ele parecia vazio. Faltando um pedaço, era a sensação que trazia o olhar do homem que tocava os sinos da igreja como um louco desvairado. Ou talvez fosse só eu.

"In Liverpool, on Sunday
No reason to even remember you now
Except for the boy in the belfry
He's crazy, he's throwing himself
Down from the top of the tower
Like a hunchback in heaven
He's ringing the bells in the church
For the last half an hour
He sounds like he's missing something
Or someone that he knows he can't have now,
And if he isn't, I certainly am"
(In Liverpool, Suzanne Vega)

Saturday, March 31, 2007

Ai, Pessoa...

tu e teus encantos...que dentro de ti não cabiam, e precisou ser tantos. Aqui, o meu preferido, desde sempre. Caeiro, o mestre de todos.

Thursday, March 22, 2007

Pra não dizer que não estive aqui.

Segundo minha mãe, eu sou um doce, mas genioooosa. Prestativa, mas preguiçoooooosa. Eu não sei se concordo mesmo ou sou assim só porque ela deu esse fardo.
Segundo meus irmãos, sou culta mas não aplico, sou bonita mas não me cuido, sou um pouco mimada (ninguém mandou eu ser caçula e única menina, né?).
Segundo a Cloê eu sou uma ser que baba muito, fala engraçado, parece que cresceu menos que os outros, e usa um troço estranho na frente dos olhos, de aros grossos e pretos.
Segundo o Dante eu sou manhosa. No mínimo. A paulista mais gaúcha do mundo. E se eu falar "não sou" a algum elogio, ele vai e diz: "não discuta". E eu sorrio largo. Um chato ele.
Segundo o Vi, sou uma pivete de coração grande e decotes maiores ainda. Sou o ímpar dele. E sou mesmo.
Segundo a Carol sou safada, mas de acordo com a Catarina eu sou pornô mesmo. A Nadja dizia que eu era ninfomaníaca, mas eu sempre achei que falo mais do que faço (ahhhh, uma pena).
Segundo a Paolita, sou modelo (pro bom e pro..hum...melhor ainda). Sou a prima que tá lá, sempre e sempre e sempre. E disso eu tenho certeza, estou lá, com ela, onde estiver.
Segundo o Flávio, sou imediatista. Eu? AGORA! Sou a chata que já foi em todos os shows e já leu todos os livros, e já viu todos os filmes. E sou aquela que sempre vai estar aqui, ali, com ele (e se não sabia, fique sabendo).
Segundo o Gui eu sou um pouco ele. Sou ele em versão feminina. E mais velha, claaaaro (ele nunca vai deixar de lembrar desse detalhezinho de nada. E eu só vou lembrar que ele sou eu com uns olhos verdes lindos).
Segundo o Igor eu sou boazinha. E sensível. E especial. E acho que ele nem imagina que eu sou só o jeito que ele, de tão incrível, me vê.
Segundo o Dani eu não presto. Só porque a gente é tão igualzinho, e ele bem sabe que não vale um centavo. Mas eu coooompro, sempre. Impagável, mas eu daria meu ouro pra ser eternamente sua irmã (ainda bem que ele nem pediu nada).
Segundo a Natália, sou amiga de colocar foto na porta do armário e de chamar de fiel escudeira. E com isso eu posso viver uma vida bem mais feliz.
Segundo o google eu estava na lista dos convidados para o acústico dos engenheiros dos vestibulares do Mackenzie, Unibero, Unicid, e fui convocada para o Enade (mas fiquei sabendo tarde demais). Ah, também tenho um blog (ah, é?)
Segundo a Mila...a Mila tá bem confusa.

Tuesday, February 13, 2007

Eu não sei na verdade quem eu sou


(Fernando Anitelli)
Eu não sei na verdade quem eu sou
Já tentei calcular o meu valor
Mas sempre encontro um sorriso e o meu paraíso é onde estou
Por que a gente é desse jeito?

Criando conceito pra tudo que restou
Meninas... são bruxas e fadas
Palhaço é um homem todo pintado de piadas
Céu azul é o telhado do mundo inteiro

Sonho é uma coisa que fica dentro do meu travesseiro
Eu não sei na verdade quem eu sou
Já tentei calcular o meu valor
Mas sempre encontro um sorriso e o meu paraíso é onde estou
Eu não sei... na verdade quem eu sou


Descobrir de onde veio a vida
Por onde entrei deve haver uma saída
E tudo fica sustentado... pela fé
Na verdade, ninguém sabe o que é

Velhinhos são crianças nascidas faz tempo
Com água e farinha colo figurinha e foto em documento
Escola! É onde a gente aprende palavrão
Tambor no meu peito faz o batuque do meu coração...

Eu não sei na verdade quem eu sou
Já tentei calcular o meu valor
Mas sempre encontro sorriso e o meu paraíso é onde estou
Eu não sei... na verdade quem eu sou

Percebi que a cada minuto
Tem um olho chorando de alegria e outro chorando de luto
Tem louco pulando o muro, tem corpo pegando doença
Tem gente trepando no escuro, tem gente sentido ausência...

***Mila, que tá fechada pra balanço por tempo indeterminado. Cuidem-se.

Thursday, February 08, 2007

QUALQUER


MANEIRA


DE AMOR


VALE


A PENA...


Paula e Bebeto
(Milton Nascimento e Fernando Brant)

Ê vida, vida, que amor brincadeira, à vera
Eles se amaram de qualquer maneira, à vera
Qualquer maneira de amor vale à pena
Qualquer maneira de amor vale amar
Pena, que pena, que coisa bonita, diga
Qual a palavra que nunca foi dita, diga
Qualquer maneira de amor vale aquela
Qualquer maneira de amor vale amar
Qualquer maneira de amor vale à pena
Qualquer maneira de amor vale valerá
Eles partiram por outros assuntos, muitos
Mas no meu canto estarão sempre juntos, muito
Qualquer maneira que eu cante este canto
Qualquer maneira me vale cantar
Eles se amam de qualquer maneira, à vera
Eles se amam é prá vida inteira, à vera
Qualquer maneira de amor vale o canto
Qualquer maneira me vale cantar
Qualquer maneira de amor vale aquela
Qualquer maneira de amor valerá
Pena, que pena, que coisa bonita, diga
Qual a palavra que nunca foi dita, diga
Qualquer maneira de amor vale o canto
Qualquer maneira me vale cantar

Tuesday, February 06, 2007

Sobre a teoria da evolução das espécies...

Darwin diz que descendemos todos dos primeiros seres unicelulares. Descendemos dos protozoários. E que os seres todos tendem à perfeição. Nós, humanos, somos a evolução das espécies.

Tá, Charles, acho que você errou um tantinho de nada. Mas tudo bem, ninguém é perfeito. NINGUÉM mesmo.

[mas o Bush exagerou na dose].

Thursday, February 01, 2007

Sobre o meu primeiro dia de academia

É que eu tinha esquecido como os professores de academia são irritantemente simpáticos, de um alto-astral que chega a endoidecer. Eu adoro pessoas felizes, mas bah, aquele nível de liberação de endorfina deixa os coitados um pouco eufóricos, não? Sem contar que eu não suporto a pergunta clássica: "Tem alguém cansado aí?". Eles realmente acham esse terrorismo engraçado?
Eu até que guardo bem os passinhos da aula, mas a minha coordenação não permite mascar chiclete, subir num step com a perna direita, bater nela com o braço esquerdo, gritar u-hu e ver se ainda estou fazendo bonitinho naquele espelho inimigo de excessos de gostosura.
Ah, sim, e tem o suor também. Aquela gotinha fazendo cócega no meu rosto, eu não sabendo se pego a toalha ou dou um gole d'água. Mulheres malhadérrimas me olhando com desdém, eu me sentindo a tia gorda com vestido florido de viscose com alça cavada e pêlo no queixo. Dores por todo o corpo, e a gente querendo fazer milagre. E sorrindo ainda, porque vai ficar lindinha pro carnaval. Pow, mulher é um bicho burro pra danar.
E eu? Eu saio da academia feliz, pronta pra devorar uma lata de leite condensado. IIIIssa!

Wednesday, January 31, 2007

VAI COMEÇAR A BRINCADEIRAAA!

O Circo
(Sidney Miller)

Vai, vai, vai começar a brincadeira
Tem charanga tocando a noite inteira
Vem, vem, vem ver o circo de verdade
Tem, tem, tem picadeiro e qualidade


Corre, corre, minha gente que é preciso ser esperto
Quem quiser que vá na frente, vê melhor quem vê de perto
Mas no meio da folia, noite alta, céu aberto
Sopra o vento que protesta, cai no teto, rompe a lona
Pra que a lua de carona também possa ver a festa
Bem me lembro o trapezista que mortal era seu salto
Balançando lá no alto parecia de brinquedo
Mas fazia tanto medo que o Zezinho do Trombone
De renome consagrado esquecia o próprio nome
E abraçava o microfone pra tocar o seu dobrado

Faço versos pro palhaço que na vida já foi tudo
Foi soldado, carpinteiro, seresteiro e vagabundo
Sem juíz e sem juízo fez feliz a todo mundo
Mas no fundo não sabia que em seu rosto coloria
Todo encanto do sorriso que seu povo não sorria


De chicote e cara feia domador fica mais forte
Meia volta, volta e meia, meia vida, meia morte
Terminando seu batente de repente a fera some
Domador que era valente noutras feras se consome
Seu amor indiferente, sua vida e sua fome

Fala o fole da sanfona, fala a flauta pequenina
Que o melhor vai vir agora que desponta a bailarina
Que o seu corpo é de senhora, que seu rosto é de menina
Quem chorava já não chora, quem cantava desafina
Porque a dança só termina quando a noite for embora

Vai, vai, vai terminar a brincadeira
Que a charanga tocou a noite inteira
Morre o circo, renasce na lembrança
Foi-se embora e eu ainda era criança.

Tuesday, January 30, 2007

Do ventre nasce um novo coração...



"Sou fera, sou bicho,
Sou anjo e sou mulher
Sou minha mãe e minha filha
Minha irmã, minha menina
Mas sou minha, só minha e não de quem quiser
Sou Deus, tua deusa, meu amor
Alguma coisa aconteceu
Do ventre nasce um novo coração..."
(Em homenagem à minha cunhada, Kathy, que trouxe ao mundo a coisinha mais preciosa desse mundo).

Friday, January 26, 2007

Alguém tem...

um babador tamanho adulto, aí?

Wednesday, January 24, 2007

Venha até São Paulo


Itamar Assumpção

Venha até São Paulo
São Paulo tem Socorro, tem Liberdade, tem Bom Retiro
Tem Esperança, tem gente e mais gente, cabe invade
São Paulo tem muitos santos espalhados pelo estado
Tem São judas, São Caetano, Santo André, tem São Bernardo
Tem São Miguel, São Vicente, do outro lado tem São Carlos
Tem santo que nem me lembro
São João Clímaco, Santo Amaro e a capital São Paulo
Tem o Largo de São Bento no centro
E no litoral tem Santos,
Há santas também, é claro,
Santa Efigênia, Santana, Santa Cecília,
Tem Santa Clara...
Venha até São Paulo, ver o que é bom pra tosse
Venha até São Paulo, dance e pule o rock and rush
Entre no meu carro, vamos ao Largo do Arouche
Liberdade é bairro mas como Japão fosse
Venha nesse embalo concrete fax telex
Igreja praça da Sé, faça logo sua prece
Quem vem pra São Paulo meu bem jamais esquece
Não tem intervalo tudo depressa acontece
Não tem intervalo
Vai e vem e tchan e tchum êta sobe desce
Gente do nordeste, do norte aqui no sudeste
Batalhando nesse mundaréu de mundo que só cresce
Só carece
Venha até São Paulo, relaxar ficar relax
Tire um xérox, admire um triplex
Venha até São Paulo, viver à beira do stress
Fuligem catarro e assaltos no dia dez.

Amor


Secos e Molhados


Leve, como leve pluma
Muito leve, leve pousa
Muito leve, leve pousa

Na simples e suave coisa
Suave coisa nenhuma
Suave coisa nenhuma!

Sombra, silêncio ou espuma
Nuvem azul que arrefece
Simples e suave coisa
Suave coisa nenhuma
Que em mim amadurece...

Tuesday, January 23, 2007

Elis, sempre Elis!



Salve Pimentinha! Não poderia deixar de passar os 25 anos sem a magnífica Elis Regina, rainha da expressividade, do sentimento...pequeninha, com aquela voz que cobre o mundo! Saudade!

Escolhi esse vídeo, um pout-pourri (Canto de Ossanha, Deixa, Lapinha, Quaquaraquaqua, Aviso aos Navegantes), pois não achei um em que ela cantasse só o "Canto de Ossanha", a música que eu havia escolhido (difíiicil escolha). Mas, enfim, todas as interpretações, maravilhosas! Enjoy it!


Canto de Ossanha
(Vinicius de Moraes/Baden Powell)


O homem que diz "dou" não dá
Porque quem dá mesmo não diz
O homem que diz "vou" não vai
Porque quando foi já não quis
O homem que diz "sou" não é
Porque quem é mesmo é "não sou"
O homem que diz "estou" não está
Porque ninguém está quando quer
Coitado do homem que cai
No canto de Ossanha, traidor
Coitado do homem que vai
Atrás de mandinga de amor

Vai, vai, vai, vai, não vou
Vai, vai, vai, vai, não vou
Vai, vai, vai, vai, não vou
Vai, vai, vai, vai, não vou
Que eu não sou ninguém de ir
Em conversa de esquecer
A tristeza de um amor que passou
Não, eu só vou se for pra ver
Uma estrela aparecer
Na manhã de um novo amor

Amigo sinhô
Saravá
Xangô me mandou lhe dizer
Se é canto de Ossanha, não vá
Que muito vai se arrepender
Pergunte pro seu Orixá
Amor só é bom se doer...

Sunday, January 21, 2007

Queremos ser...

John Malkovich:

Mr. Hyde queria ser a faca, e Dr. Jekyll, o ferimento!!

Dr. Henry Jekyll: It was the only way he could devise to set you free. It was inevitable from the moment I found how to achieve what I'd always wanted; to be the knife as well as the wound. Would you have ever forgiven me? I wanted the night, you see. And here it is...



John Cusack:


Ele queria parar no andar 7 e meio e enfim, tornar-se John Malkovich.

Craig Schwartz: You see the world through John Malkovich's eyes. Then after about 15 minutes, you're spit out into a ditch on the side of the New Jersey Turnpike!

E as mulheres desse mundo querem... uma noite louca com alguém impetuoso como John Malkovich e um amor eterno com um companheirão romântico, como o John Cusack.


PS: Sobre Jekyll/Hyde - para quem não os conhece, leia "O médico e o Monstro". Ou assista o maravilhoso John Malkovich interpretando ambos, a faca e o ferimento (duas personalidades num mesmo e expressivo rosto), virando a cabeça de uma sombria Julia Roberts em "O segredo de Mary Reilly".

Friday, January 19, 2007

A menina que amava tulipas

Nunca conheci em minha vida menina tão colorida. Ela tinha nuances. Cores vibrantes quando algo bobo a deixava feliz, tonalidades acinzentadas quando o mundo tentava (inutilmente) mostrar que não valia a pena ser assim, toda ao contrário. Até que um dia a menina viu pela primeira vez um campo de tulipas.
E sua vida, daí por diante, não seria a mesma. A menina não gostava de buquês, nem de colher as flores para condená-las a um copo d'água disfarçado de vaso. Ela gostava mesmo era de admirar sua cor, sua vida. Gostava delas no jardim, entre suas companheiras, multicoloridas.
Mas, e com um certo pesar, a menina tinha lá, em silêncio, a tulipa preferida do seu jardim. Era uma tulipa avermelhada, que por fora tinha matizes delicadas, cor-de-rosa, mas por dentro era dum vermelho escarlate que lhe doía como um coração sangrando. A menina já nem ligava mais para o resto das flores de seu jardim, dispensava atenção exclusiva para sua tulipa de coração rubro.
E então, num dia de céu azul-amarelado, a menina percebeu: ela havia virado mulher. E, meus amigos, a tal moça recém-desabrochada, tinha o coração sangrando, transbordando...de amor.

Tuesday, January 16, 2007

Túmulo do quê?

É, São Paulo querida...Sampa é terra da garoa, verdade. Sampa é a terra dos Demônios da Garoa, também. Sampa é a terra de balada pra todos os gostos, de comidas de todos os tipos. Mas não é o túmulo do samba, não.
E no sábado, fim da tarde, lá fomos nós pro "Bar do Arnesto", com uma garoinha bem chata e bem paulistana. Mas a chatice durou até estacionarmos o carro. Lá, amigos queridos, família amada, pessoas alegres, bonitas, festeeeeeiras que só. Um chorinho nota 1000, samba de raiz, e nossa turma roubando os instrumentos da 'figuração' do bar, pra tocar e cantar "A amizade, nem mesmo a força do tempo irá destruir. Somos verdade, nem mesmo este samba de amor poderá resumir... quero chorar o seu choro, quero sorrir seu sorriso, valeu por você existir, amigo". Tá levamos broncas, sim. Mas foi bem divertido. E, se aqui não é como o sempre lindo Riiii, o berço do samba... certamente é seu playground predileto.

Love is my religion

Free Hugs Campaign - Music by Sick Puppies

Campanha linda, que eu aderi antes mesmo de existir..rs. Tem uma trilha bonitinha, mas se o vídeo fosse meu, teria essa música aqui, do filho do rei (quem quiser, letra traduzida em http://ziggy-marley.letras.terra.com.br/letras/786246/):



Love Is My Religion
Ziggy Marley


Love is my religion, Love is my religion, Love is my religion
I'll take you to the temple tonight

All my days I've been searching, to find out what this life is worth
through the books and bibles of time I've made up my mind
I don't condemn, I don't convert, this is a calling have you heard
bring all the lovers to the fold, cause no one is gonna lose their soul

Love is my religion, Love is my religion, Love is my religion
hey you can take it or leave it, and you don't have to believe it

I don't want to fight, hey let's go fly a kite
there's nothing that we can't cure, and I'll keep you in my arms for sure
so don't let nobody stop us, free spirits have to soar
with you I share the gift, the gift that we now know oh oh oh

Well I'm done searching now, I found out what this life is worth
not in the books that I find, but by searching my mind
I don't condemn, I don't convert
this is the calling have you heard, bring all the lovers to the fold
no one is gonna lose their soul

Saturday, January 13, 2007

Contrasenso


Paulinho Moska

Um cara saiu de dentro do espelho
E o cara tinha a minha cara
Vestia um casacão de couro, que era exatamente a roupa que eu usava
Me olhava, como que me conhecendo, eu estranhei... e ele me examinava
Mas não se movimentava do jeito que eu me mexia
Ele nem pensava o que minha mente queria
Ele era meu igual, só que diferente...
Meu irmão gêmeo, mas não era meu parente

(Ele me disse:)
Eu vou gritar
Antes de sentir a dor
O telefone vai tocar
Depois que eu disser ALÔ
Você vai me agradecer
Antes do presente chegar
E eu só vou me convencer
Depois que você concordar
Que eu não quero a ordem natural das coisas
Não quero mais a ordem natural
Não quero mais a ordem, não me leve a mal
Não quero mais o natural

O sol tinha que nascer
Antes da noite terminar
E eu só ligaria a tv
Depois que ela saísse do ar
Os dias demorariam um século pra passar
(Ah! Isso que é viver!)
O pior de tudo é saber
Daquilo que está prestes a acontecer
Eu não quero a ordem natural das coisas
Não quero mais a ordem natural
Não quero mais a ordem, não me leve a mal
Não quero mais o natural.

***Porque em 1997 eu comprei esse CD e me apaixonei profundamente. E a cada dia, admiro mais esse cara.

Friday, January 12, 2007

O futuro já começou


É, seu Calil. Aprontou com a gente, e fez sua neta vir assim, com essa cara de turquinha. Mais uma geração com sua cara, só pra ninguém te esquecer (como se isso fosse possível). Cloê, nossa caçulinha, que faz um bando de marmanjos ficar com cara de bobo, falando que nem bobo, chorando e rindo, que nem bobo. Obrigada por isso, princesa.

Thursday, January 11, 2007

Bem-vinda


- Olha, eu tô com uma cara...
- Cara de quê?
- Ah, não sei, acho que é cara de...é, é isso.
- É o quê?
- Cara de tia.

***Mila, que tá tãaaao babona que adorou ficar pra titia.

Quarta-feira, 10 de Janeiro de 2007
20h15min.
Chega pra fazer o mundo todo mais colorido e deixar a tia Mi, especificamente, mais feliz: Cloê Kolmogoroff Elias, a princesinha do papai Lê e da mamãe Kaká. Saúde, minha pequena. Bem-vinda a caçulinha da família.

Wednesday, January 10, 2007

Did I miss 60B?



No filme "Tudo Acontece em Elizabethtown", Drew (o personagem de Orlando Bloom), que acaba de fazer uma 'cagada homérica' na vida profissional, descobre que seu pai morreu, enquanto visitava parentes na cidadezinha onde morou quando pequeno. Fica encarregado de ir até lá, buscar seu falecido pai, e no caminho ele ouve, de muitas pessoas, que para chegar lá é preciso pegar a entrada "60B". É muito importante que ele não se esqueça disso, e se ele a perder, precisará dar ainda muitas voltas. E adivinhem só. Ele perde a 60B.
Mas, ainda que com mais dificuldades, ele chega a Elizabethtown. Os acontecimentos inusitados na cidade mexem com sua cabeça, e de certa forma o transformam. E, depois que o cara 'perdido' se encontra naquela hospitaleira cidadezinha, onde tudo acontece, ele resolve voltar. Nesse momento, e só depois de tantas voltas ao redor de si mesmo, quando ele nem mais precisava, imaginem só: ele finalmente encontra a tão procurada 60B.

Pois é. Porque têm coisas na vida da gente que por mais que as pessoas e os sinais nos alertem, coloquem ***asteriscos***, canetinha colorida, letras garrafais e neon piscando, por mais que passe diante dos nossos olhos, a um palmo do nariz...deixamos passar. Perdemos a entrada. E a oportunidade vai embora. Achamos outras saídas, encontramos novas estradas pelo caminho. Mas a felicidade estava ali, na entradinha da 60B. Ela é a oportunidade que você desperdiçou. Mas sabe? Apesar de a vida, diferentemente das estradas, não indicar retorno, só andar pra frente...em algum outro momento oportuno, quando estivermos verdadeiramente atentos: a 60B nos aparecerá de novo. Talvez nem precisemos mais pegá-la. Só o fato de a ENXERGARMOS, torna tudo mais claro. E nos liberta. Vamos?

Acontece nos filmes. Acontece na vida. (que nem diz a vinheta da TNT).

E como diria Mitch, o pai de Drew: "If it wasn't like this, it would be something else.

Thursday, January 04, 2007

Amigos: Estados...de alma

Do Rio Grande do Sul quero um passeio na redenção, uma foto do pé do Laçador e o olímpico lotado (e azuuuul). Quero também o sorriso largo e limpo da Nádia, os conselhos sábios da pequena Alice. O abraço interminável da Natália,as trufas da Tcha Miriam (nhaaam) e a paz sonhada da Raquelzinha.

De Santa Catarina eu quero um passeio em Blumenau pela manhã, um fim de tarde caminhando pela Joaquina, uma noite de festa, daquelas promovidas pelo Fábio e uma madrugada inteira ouvindo as maluquices do Michel.

Do Paraná quero uma visita à Ópera de Arame, um show bem massa no Parque das Pedreiras e um relax na Ilha do Superagüi. Quero encher de beijo o Davi, que tá lá na barriga da prima Xã. Um passeio de carro com Dudú, Rô Lemos e Rapha. E ainda paro para ouvir um poema do poeta profeta, o menino azul, o menino do sul: Airton Polak.

De São Paulo eu quero encurtar distâncias, e trazer para a esquina da minha casa Piracicaba, Campinas, São José dos Campos, Batatais e ABC. E aí eu terei Max, Dani Tangerine, Daniel, Carol Yin, João Guilherme, Budie filhota, Dani Picachu e todos os Radiofônicos aqui, de vizinhos.

Do Rio de Janeiro eu quero o sol se pondo no Arpoador, quero a vista do Corcovado, quero Copacabana, princesinha do mar. Quero uma escapadinha pra Búzios, quero uma noitada na Lapa. Quero a melodia do Clóvis, querido, quero a sátira da Carol cunhadinha, quero o colorido de Carolina Caracol dando voltas por meu coração, quero o Vermelho-tangerina da Dani (em Pira, no Rio...), a flor no cabelo da Carmô, a Petrópolis gelada, linda, colonial e silenciosa do Diogo, as imagens em movimento do Zezones.

De Espírito Santo eu não conheço nada, mas passo em Vitória exclusivamente pra tomar o famoso café da manhã do Pablito, ouvir seus cds do Chico, conversar sobre como somos iguais, sobre Deus, sobre a criação de Deus, sobre Humberto Gessinger, sobre os dez anos que ele me atura.

E termino na Bahia, pra ter suíngue, malemolência, batuque, cocada. Pra deitar numa rede, passar uma tarde em Itapuã, esquecer do mundo. Me deliciar no sotaque do Igor Penna, ou simplesmente "o Igo, de Tânia"(assim, sem pronunciar o "r"). E, antes de voltar pra realidade, um beijinho na tia Mara, maninha do meu pai, e no primo baiano mais querido desse mundo, o Alê, que liga em meados de junho pra dizer: "Ô prima, venha passar São João conosco?"

***Ah, e se não for pedir demais: Junta a Londres do Waltinho e Barcelona da Laly aquizinho, com o estado de SP?

PS: Beijos, queridões.

Fragmentos sobre pessoas fragmentadas




Amigo: Que foto é essa?
Eu: Bonitinha né?

Amigo: Sim sim... mas meio triste não?

Eu: É...por isso que é bonita,oras.

Amigo: Só as coisas tristes são belas?

Eu: Não...mas no caso, essa é bonita porque dá uma coiiisa.

Amigo: Que coisa?

Eu: Hihi...cê tá estranho hoje.

Amigo: Por quê? rs. Só quero saber o que você acha da foto. Porque para mim, essa é uma foto suicida, não acha?

Eu: Não, eu não pensei nisso, pensei em alguém pedindo pra ser ferido. Mostrando o caminho ao mundo.

Amigo: Exato...alguem pedindo pra ser ferido.

Eu: Precisando da dor...só isso.

Amigo: Porque ninguem conseguiu feri-lo ainda! Apesar de tentarem!

Eu: Não digo necessariamente dor física. Mas só sentir algo.
Amigo: E você está precisando de dor?

Eu: Hehe...to não...tá de bom tamanho já! Mas vez em quando eu procuro por ela, você bem sabe, né?

Amigo: É, eu imagino!
************************************************************************************
Amigo: Eu sei que você já pensou nesse assunto mais do que eu, então...como você faz quando precisa fugir do mundo, se isolar?

Eu:
Eu durmo até não aguentar mais. Mas eu não recomendo que você faça isso. Ah, eu também me agarro nas pessoas com todas as forças, até me acoplar e viver a vida delas. É uma forma de se anular, de não precisar decidir por você e pela sua vida. E isso eu recomendo menos ainda.

Wednesday, January 03, 2007

Exótica


Minha tia (ali, do lado de trás da câmera) disse que eu não sou nariguda: "Você tem um perfil exótico, Camilutcha". Hehe... eu adoreeeei. E há dois dias, a Mila deixou de ser nariguda.
Beijos, da guria de perfil exótico (exotiquíssimo).

Homem


Caetano Veloso

Não tenho inveja da maternidade
nem da lactação
não tenho inveja da adiposidade
nem da menstruação

só tenho inveja da longevidade
e dos orgasmos múltiplos
eu sou homem
pele solta sobre o músculo
eu sou homem
pêlo grosso no nariz

não tenho inveja da sagacidade
nem da intuição
não tenho inveja da fidelidade
nem da dissimulação
só tenho inveja da longevidade
e dos orgasmos múltiplos

Saturday, December 30, 2006

In vino, veritas


O vinho tinto, o ventre extinto;
A taça de vinho tinto, seco;
O ventre de sonhos encarnados, úmidos.

A taça de vinho;
O ventre da mãe;
É guarida, proteção.

No vinho, a verdade;
No ventre, a humanidade.

***Imagem lindíssima, não? Foi ela que me inspirou a escrever esse textinho. Foi gentilmente roubada daqui:
e foi feita por um fotógrafo espanhol, de uma delicadeza adorável, chamado Chema Madoz. Confiram!